Grêmio não deverá usar mais as dependências do Olímpico (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
O que deveria ser uma tarde de homenagens se transformou em momento de discreta visita. Pela manhã, o Grêmio anunciou, via Twitter, a transferência do treinamento desta sexta-feira para a Arena. Assim, mudou os planos do que seria o treino de despedida do Olímpico, a ser desativado a partir de segunda, após 60 anos de vida. Mesmo com a alteração na agenda, alguns apaixonados – e outros desavisados – compareceram para mais uma despedida do Olímpico, mesmo diante de portões fechados.
O clima no estádio no começo da tarde era quase desértico - a maioria dos setores já se transferiu para a Arena. Diante do calor e do sol forte, sem nuvens, em Porto Alegre, apenas seguranças e funcionários circulavam pelo pátio. Os primeiros torcedores começaram a chegar por volta das 16h, horário para que a atividade havia sido marcada. Um dos gremistas manifestou descontentamento com a medida.
- Os caras avisam pela manhã, sem antecedência. Aí, eu chego aqui e nem posso entrar para sentar na arquibancada. Isso é um absurdo - reclamou um torcedor que não quis se identificar.
Cientes da transferência do treino, os gremistas Débora Fleck e Carlos Alex Souza resolveram trazer os filhos Antônio, cinco anos, e Marina, um ano, para se despedir do Velho Casarão. Mesmo decepcionados por não poderem ingressar no estádio, confirmaram presença na Arena no próximo domingo, para a partida contra o Flamengo.
- Somos gremistas fanáticos, então trouxemos os pequenos para se despedirem do Olímpico. Uma pena que não deu para entrar e fazer uma foto mais bonita nas arquibancadas - lamenta Débora.
Família Fleck no Olímpico: Débora Fleck, Carlos Alex Souza, Antônio (5 anos) e Marina (1 ano) (Foto: Eduardo Deconto)
A diretoria gremista, por meio do vice-presidente Marcos Hermann e do presidente eleito Romildo Bolzan Júnior, haviam confirmado durante a semana que o treino desta sexta seria o último do Olímpico. A partir de segunda-feira, o estádio, que completou 60 anos em setembro, será desativado.
Os funcionários que atuam na segurança do clube reforçam o discurso da diretoria e também tratam as atividades como encerradas no estádio e acreditam que o Olímpico não voltará a ser aberto. A expectativa é de eles sejam distribuídos para ocupar funções no CT Luiz Carvalho, na Arena e no Centro de Treinamento das categorias de base, em Eldorado do Sul.
Segurança do clube há 34 anos, Warley Farias não escondeu a emoção diante do momento atual por que passa o Olímpico, mas procura vislumbrar o futuro na Arena.
- É complicado, né? Passei uma vida aqui, vivi muitas histórias, mas eu tenho 58 anos. Se eu puder, quero viver outros 30 na Arena - conta, animado.
Pórtico de entrada do Estádio Olímpico (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
Entenda os atrasos na relação Olímpico/Arena
A partir de 8 de janeiro de 2015, os treinos deverão ocorrer diariamente no CT Luiz Carvalho, obra que sofreu com diversos atrasos até ser inaugurada oficialmente em setembro. Atraso foi a marca do processo de migração entre Olímpico e Arena. Que ainda não terminou. Tudo começou quando o atual presidente Fábio Koff sucedeu Paulo Odone e resolveu renegociar a parceria.
A oficialização da assinatura do aditivo que modificou o acordo só saiu em junho deste ano, após longas negociações e crises de relacionamento entre as duas partes. Esses fatores, além de atrasarem as obras do novo CT, levaram à interrupção da demolição mecânica do Olímpico, estagnada em 60% - é o processo que antecede a implosão, prevista inicialmente para março de 2013 e que, hoje, tornou-se um dos grandes mistérios gremistas.
A última cartada de Koff nessa relação complicada com a construtora foi de adquirir o direito de o Grêmio administrar a Arena, sem a parceira. A compra da nova casa chegou a ser anunciada com festa numa entrevista coletiva antes da eleição presidencial, mas também acabou travada.A OAS acabou envolvida na investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
O assunto da implosão ainda é tratado com ressalvas. O Grêmio não se manifesta oficialmente e a empresa responsável pela implosão, a Ramos Andrade, afirma não ter autorização para comentar o processo. Está prevista a construção de um condomínio residencial no local. O próprio 60º aniversário do Olímpico foi celebrado de maneira discreta. Com isso, procura-se valorizar o presente, ou seja, a Arena. A ação mais vistosa para a data foi feita pelo departamento de marketing, que colocará à venda pedaços da grama do estádio aos torcedores.
O adeus oficial do Olímpico se deu em 2 de dezembro de 2012, no Gre-Nal empatado sem gols pela última rodada do Brasileiro. Havia a expectativa de implosão do estádio já em março do ano seguinte. Mas o palco receberia mais quatro partidas oficiais do Gauchão e até hoje sediava a maioria dos treinos da equipe principal. Ainda foi reformado para receber treinos da Copa, o que acabou não ocorrendo - os gastos chegaram a R$ 250 mil. O último jogo oficial ficou para a história como a vitória tricolor de 1 a 0 sobre o Veranópolis, um duelo de pouca importância pelo estadual, em 17 de fevereiro de 2013, com gol do zagueiro Werley.
Em alguns setores do Olímpico, início da demolição é percebida (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
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O que deveria ser uma tarde de homenagens se transformou em momento de discreta visita. Pela manhã, o Grêmio anunciou, via Twitter, a transferência do treinamento desta sexta-feira para a Arena. Assim, mudou os planos do que seria o treino de despedida do Olímpico, a ser desativado a partir de segunda, após 60 anos de vida. Mesmo com a alteração na agenda, alguns apaixonados – e outros desavisados – compareceram para mais uma despedida do Olímpico, mesmo diante de portões fechados.
O clima no estádio no começo da tarde era quase desértico - a maioria dos setores já se transferiu para a Arena. Diante do calor e do sol forte, sem nuvens, em Porto Alegre, apenas seguranças e funcionários circulavam pelo pátio. Os primeiros torcedores começaram a chegar por volta das 16h, horário para que a atividade havia sido marcada. Um dos gremistas manifestou descontentamento com a medida.
- Os caras avisam pela manhã, sem antecedência. Aí, eu chego aqui e nem posso entrar para sentar na arquibancada. Isso é um absurdo - reclamou um torcedor que não quis se identificar.
Cientes da transferência do treino, os gremistas Débora Fleck e Carlos Alex Souza resolveram trazer os filhos Antônio, cinco anos, e Marina, um ano, para se despedir do Velho Casarão. Mesmo decepcionados por não poderem ingressar no estádio, confirmaram presença na Arena no próximo domingo, para a partida contra o Flamengo.
- Somos gremistas fanáticos, então trouxemos os pequenos para se despedirem do Olímpico. Uma pena que não deu para entrar e fazer uma foto mais bonita nas arquibancadas - lamenta Débora.
Família Fleck no Olímpico: Débora Fleck, Carlos Alex Souza, Antônio (5 anos) e Marina (1 ano) (Foto: Eduardo Deconto)A diretoria gremista, por meio do vice-presidente Marcos Hermann e do presidente eleito Romildo Bolzan Júnior, haviam confirmado durante a semana que o treino desta sexta seria o último do Olímpico. A partir de segunda-feira, o estádio, que completou 60 anos em setembro, será desativado.
Os funcionários que atuam na segurança do clube reforçam o discurso da diretoria e também tratam as atividades como encerradas no estádio e acreditam que o Olímpico não voltará a ser aberto. A expectativa é de eles sejam distribuídos para ocupar funções no CT Luiz Carvalho, na Arena e no Centro de Treinamento das categorias de base, em Eldorado do Sul.
Segurança do clube há 34 anos, Warley Farias não escondeu a emoção diante do momento atual por que passa o Olímpico, mas procura vislumbrar o futuro na Arena.
- É complicado, né? Passei uma vida aqui, vivi muitas histórias, mas eu tenho 58 anos. Se eu puder, quero viver outros 30 na Arena - conta, animado.
Pórtico de entrada do Estádio Olímpico (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)Entenda os atrasos na relação Olímpico/Arena
A partir de 8 de janeiro de 2015, os treinos deverão ocorrer diariamente no CT Luiz Carvalho, obra que sofreu com diversos atrasos até ser inaugurada oficialmente em setembro. Atraso foi a marca do processo de migração entre Olímpico e Arena. Que ainda não terminou. Tudo começou quando o atual presidente Fábio Koff sucedeu Paulo Odone e resolveu renegociar a parceria.
A oficialização da assinatura do aditivo que modificou o acordo só saiu em junho deste ano, após longas negociações e crises de relacionamento entre as duas partes. Esses fatores, além de atrasarem as obras do novo CT, levaram à interrupção da demolição mecânica do Olímpico, estagnada em 60% - é o processo que antecede a implosão, prevista inicialmente para março de 2013 e que, hoje, tornou-se um dos grandes mistérios gremistas.
A última cartada de Koff nessa relação complicada com a construtora foi de adquirir o direito de o Grêmio administrar a Arena, sem a parceira. A compra da nova casa chegou a ser anunciada com festa numa entrevista coletiva antes da eleição presidencial, mas também acabou travada.A OAS acabou envolvida na investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
O assunto da implosão ainda é tratado com ressalvas. O Grêmio não se manifesta oficialmente e a empresa responsável pela implosão, a Ramos Andrade, afirma não ter autorização para comentar o processo. Está prevista a construção de um condomínio residencial no local. O próprio 60º aniversário do Olímpico foi celebrado de maneira discreta. Com isso, procura-se valorizar o presente, ou seja, a Arena. A ação mais vistosa para a data foi feita pelo departamento de marketing, que colocará à venda pedaços da grama do estádio aos torcedores.
O adeus oficial do Olímpico se deu em 2 de dezembro de 2012, no Gre-Nal empatado sem gols pela última rodada do Brasileiro. Havia a expectativa de implosão do estádio já em março do ano seguinte. Mas o palco receberia mais quatro partidas oficiais do Gauchão e até hoje sediava a maioria dos treinos da equipe principal. Ainda foi reformado para receber treinos da Copa, o que acabou não ocorrendo - os gastos chegaram a R$ 250 mil. O último jogo oficial ficou para a história como a vitória tricolor de 1 a 0 sobre o Veranópolis, um duelo de pouca importância pelo estadual, em 17 de fevereiro de 2013, com gol do zagueiro Werley.
Em alguns setores do Olímpico, início da demolição é percebida (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
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