Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
O correspondente da revista britânica FourFourTwo no Brasil, Mauricio Savarese, comentou a lista feita pela publicação com os 10 maiores clássicos do mundo, em que o Gre-Nal aparece em sétimo lugar.
Veja a lista com os 10 principais clássicos do mundo:

O derby gaúcho foi o único brasileiro no ranking, e o jornalista de 33 anos completados nesta quarta-feira, que também escreveu o livro "A to Zico: an alphabet of Brazilian football", explicou a Zero Hora por que o duelo entre Grêmio e Inter está neste TOP 10, quais os critérios foram adotados e como os europeus veem o futebol do Brasil. Confira a entrevista:
Por que o Gre-Nal foi escolhido como o maior clássico do Brasil? Você mesmo quem fez esta escolha?
O primeiro trabalho foi fazer uma triagem de qual era o maior clássico em vários países. Os editores da revista pediram essas indicações para seus correspondentes espalhados pelo mundo. O que eu fiz foi o seguinte: numerei quatro clássicos brasileiros e depois discutimos para ver qual era o principal.
Quais foram esses quatro clássicos brasileiros listados por você?
Flamengo x Fluminense, Corinthians x São Paulo, Remo x Paysandu e Grêmio x Inter.
E quais os critérios para que o Gre-Nal tenha sido o escolhido?
Os critérios que nós utilizamos foram a atmosfera dos estádios, os jogadores históricos que passaram por esses clubes, a história do próprio clássico, a grandeza dos times (quantidade de títulos) e o conhecimento das equipes no resto do mundo — esse foi o item no qual o Gre-Nal marcou menos pontos. Mas em relação aos outros clássicos brasileiros, o Gre-Nal foi o que se saiu melhor na união desses quesitos. Você junta todos os elementos de um grande clássico, e o Gre-Nal tem. Porque aí entra o tamanho dos dois clubes, o tempo que estão se enfrentando, o quanto a torcida e a imprensa antecipa esse jogo, a atmosfera do estádio. Não tem clássico desequilibrado na lista (em que um ganhou muito mais títulos que o outro), no caso do Gre-Nal, os dois ganharam muito. O Fla-Flu até poderia entrar pela importância histórica; Corinthians e São Paulo é um clássico importante, mas tem menos tradição, é mais novo — optamos por não colocar Corinthians e Palmeiras pelas quedas recentes do Verdão, que tira um pouco do peso do clássico; e no Re-Pa existe uma rivalidade forte, as torcidas fazem uma festa incrível, mas são equipes menores. Muitos me perguntaram também sobre Cruzeiro e Atlético-MG, mas eu não escolhi esse jogo porque eles não têm tanta influência no resto do Estado, são fortes mesmo em Belo Horizonte, fora que o Atlético-MG começou a ganhar títulos importantes há pouco tempo.
Por que o Gre-Nal está atrás de um clássico como Nacional x Peñarol, visto que o futebol uruguaio está decadente?
A atmosfera do estádio nesse clássico é incrível. Fora isso, Peñarol e Nacional já apareceram em todas as principais revistas de futebol do mundo. O Gre-Nal é uma novidade para o leitor inglês.
Os europeus não conhecem Grêmio e Inter? Eles não acompanham o futebol brasileiro?
Nunca ouviram falar. O pessoal da revista conhece porque é uma publicação especializada em futebol, mas o grande público não conhece. Eles não assistem ao futebol brasileiro. Em Portugal até veem alguma coisa, mas pouca. Na Itália, uma emissora transmitiu o Campeonato Paulista, mas muito em função de jogadores como o Alexandre Pato, que são conhecidos lá. Já o Campeonato Argentino, eles acompanham mais. As torcidas no clássico entre Boca e River impressionam, eles acham legal, por isso é muito mais conhecido.
Nem mesmo no Mundial de Clubes? Eles não assistem a essa competição, não valorizam?
Ninguém antecipa o Mundial de Clubes. Mas quando ele acontece, eles param para ver, estão loucos para ganhar. Quando perdem ficam brabos. Quando o Inter venceu o Barcelona, por exemplo, foi notável a decepção no rosto dos jogadores do Barcelona. Até porque era o título que eles ainda não tinham e citavam como uma das prioridades da temporada.
E as revelações do Brasileirão, os europeus não conhecem os jogadores promissores?
Em geral não. Mas todo final de ano a gente publica uma lista das revelações do futebol sul-americano para a janela de transferência de janeiro (meio da temporada europeia). Hoje eu não vejo ninguém que atua no futebol brasileiro que possa chegar e vestir a camisa de um grande clube europeu. Talvez no Cruzeiro, no Atlético-MG, existam algumas revelações, mas acho que estamos na maior crise técnica do futebol brasileiro em décadas. Quanto à dupla Gre-Nal, não vejo ninguém no Grêmio e nem no Inter que possa jogar lá.
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Veja a lista com os 10 principais clássicos do mundo:

O derby gaúcho foi o único brasileiro no ranking, e o jornalista de 33 anos completados nesta quarta-feira, que também escreveu o livro "A to Zico: an alphabet of Brazilian football", explicou a Zero Hora por que o duelo entre Grêmio e Inter está neste TOP 10, quais os critérios foram adotados e como os europeus veem o futebol do Brasil. Confira a entrevista:
Por que o Gre-Nal foi escolhido como o maior clássico do Brasil? Você mesmo quem fez esta escolha?
O primeiro trabalho foi fazer uma triagem de qual era o maior clássico em vários países. Os editores da revista pediram essas indicações para seus correspondentes espalhados pelo mundo. O que eu fiz foi o seguinte: numerei quatro clássicos brasileiros e depois discutimos para ver qual era o principal.
Quais foram esses quatro clássicos brasileiros listados por você?
Flamengo x Fluminense, Corinthians x São Paulo, Remo x Paysandu e Grêmio x Inter.
E quais os critérios para que o Gre-Nal tenha sido o escolhido?
Os critérios que nós utilizamos foram a atmosfera dos estádios, os jogadores históricos que passaram por esses clubes, a história do próprio clássico, a grandeza dos times (quantidade de títulos) e o conhecimento das equipes no resto do mundo — esse foi o item no qual o Gre-Nal marcou menos pontos. Mas em relação aos outros clássicos brasileiros, o Gre-Nal foi o que se saiu melhor na união desses quesitos. Você junta todos os elementos de um grande clássico, e o Gre-Nal tem. Porque aí entra o tamanho dos dois clubes, o tempo que estão se enfrentando, o quanto a torcida e a imprensa antecipa esse jogo, a atmosfera do estádio. Não tem clássico desequilibrado na lista (em que um ganhou muito mais títulos que o outro), no caso do Gre-Nal, os dois ganharam muito. O Fla-Flu até poderia entrar pela importância histórica; Corinthians e São Paulo é um clássico importante, mas tem menos tradição, é mais novo — optamos por não colocar Corinthians e Palmeiras pelas quedas recentes do Verdão, que tira um pouco do peso do clássico; e no Re-Pa existe uma rivalidade forte, as torcidas fazem uma festa incrível, mas são equipes menores. Muitos me perguntaram também sobre Cruzeiro e Atlético-MG, mas eu não escolhi esse jogo porque eles não têm tanta influência no resto do Estado, são fortes mesmo em Belo Horizonte, fora que o Atlético-MG começou a ganhar títulos importantes há pouco tempo.
Por que o Gre-Nal está atrás de um clássico como Nacional x Peñarol, visto que o futebol uruguaio está decadente?
A atmosfera do estádio nesse clássico é incrível. Fora isso, Peñarol e Nacional já apareceram em todas as principais revistas de futebol do mundo. O Gre-Nal é uma novidade para o leitor inglês.
Os europeus não conhecem Grêmio e Inter? Eles não acompanham o futebol brasileiro?
Nunca ouviram falar. O pessoal da revista conhece porque é uma publicação especializada em futebol, mas o grande público não conhece. Eles não assistem ao futebol brasileiro. Em Portugal até veem alguma coisa, mas pouca. Na Itália, uma emissora transmitiu o Campeonato Paulista, mas muito em função de jogadores como o Alexandre Pato, que são conhecidos lá. Já o Campeonato Argentino, eles acompanham mais. As torcidas no clássico entre Boca e River impressionam, eles acham legal, por isso é muito mais conhecido.
Nem mesmo no Mundial de Clubes? Eles não assistem a essa competição, não valorizam?
Ninguém antecipa o Mundial de Clubes. Mas quando ele acontece, eles param para ver, estão loucos para ganhar. Quando perdem ficam brabos. Quando o Inter venceu o Barcelona, por exemplo, foi notável a decepção no rosto dos jogadores do Barcelona. Até porque era o título que eles ainda não tinham e citavam como uma das prioridades da temporada.
E as revelações do Brasileirão, os europeus não conhecem os jogadores promissores?
Em geral não. Mas todo final de ano a gente publica uma lista das revelações do futebol sul-americano para a janela de transferência de janeiro (meio da temporada europeia). Hoje eu não vejo ninguém que atua no futebol brasileiro que possa chegar e vestir a camisa de um grande clube europeu. Talvez no Cruzeiro, no Atlético-MG, existam algumas revelações, mas acho que estamos na maior crise técnica do futebol brasileiro em décadas. Quanto à dupla Gre-Nal, não vejo ninguém no Grêmio e nem no Inter que possa jogar lá.
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