Aranha foi muito vaiado e xingado no duelo na Arena Grêmio (Foto: Marcos Ribolli)
O empate sem gols entre Grêmio e Santos, na última quinta-feira, na Arena Grêmio, ficou marcado pela reação dos torcedores tricolores no reencontro com o goleiro Aranha após a eliminação da equipe gaúcha na Copa do Brasil por conta de atos racistas no primeiro jogo das oitavas de final da competição. Agora pelo Brasileirão, o jogo chamou a atenção por vaias e xingamentos contra o goleiro.
- Era esperado, a torcida geralmente escolhe um para pegar no pé e com o Aranha foi um caso emblemático por tudo o que ocorreu, e não tem como discordar do que ele falou após o jogo. Infelizmente, a torcida gremista demonstrou que estava apoiando de certa forma o que aconteceu no último jogo. É lamentável porque o Aranha é um grande profissional, fez uma excelente partida. O Grêmio só não venceu dentro das poucas chances criadas porque o Aranha conseguiu separar o lado emocional: foi frio em campo e sereno ao dar entrevista, onde colocou bem as palavras - destacou William Machado, no "Arena SporTV" .
Ex-zagueiro do Grêmio, o comentarista do SporTV disse que esse comportamento dos torcedores é um reflexo da falta de educação do povo brasileiro.
- Tem certas cosias que ficam difíceis de serem tratadas tão a ferro e fogo. A gente houve muita piada, e se analisar friamente, a maior parte tem cunho racista e preconceituosa, temos de entender, mas passa tudo por educação, não só a torcida gremista, mas a torcida brasileira tem uma falta de educação muito grande, e por isso vimos uma cena dessa. A torcida estava muito exaltada e inflamada, contra o Aranha e pegando no pé da arbitragem, foi um jogo atípico.
Também integrando o debate, o comentarista Ivan Andrade ponderou, porém, que é preciso entender que a reação dos torcedores contra jogadores adversários dificilmente será positiva.
- Não dá para tirar razão do Aranha, ele tem direito de se sentir ofendido. Mas toda essa manifestação da torcida é paixão, ela é passional. O Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil e o torcedor está somatizando. Não é só o caso da menina. O Aranha pode fazer 30 jogos lá que vai ser assim sempre daqui para a frente, infelizmente - comentou.
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