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Rhodolfo: "Como capitão, não gosto de perder nem o sorteio da moedinha"

Zagueiro fala sobre a nova fase da equipe com Felipão, a dupla afinada com Pedro Geromel e suas chances na Seleção de Dunga


Fonte: Diário Gaúcho

Rhodolfo: Como capitão, não gosto de perder nem o sorteio da moedinha
Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS

Um dos líderes do vestiário do Grêmio, o zagueiro Rhodolfo será a voz de Luiz Felipe Scolari dentro de campo contra o Atlético-MG, neste domingo, 18h30min. Há um ano no Olímpico, foi comprado em definitivo do São Paulo, em troca do volante Souza, e assinou contrato até 2018. Natural de Bandeirantes, norte do Paraná, se criou em Barra do Jacaré, cidade vizinha, de 3 mil habitantes, onde "conhece todo mundo".

Aos 28 anos, até comprou um novo apartamento para morar em definitivo em Porto Alegre com a esposa Juliana e a filha Gabriela, 2 anos. Divide a braçadeira de capitão com Barcos e Zé Roberto no Grêmio, numa espécie de revezamento, e tem a responsabilidade de comandar a segunda defesa menos vazada do Brasileirão. A ZH, o zagueirão de 1m93cm fala sobre a nova fase da equipe com Felipão, a dupla afinada com Pedro Geromel e suas chances na Seleção de Dunga. Confira:

Você fica mais tranquilo por ser agora jogador do Grêmio em definitivo? (na sexta-feira, a direção confirmou com o São Paulo sua troca pelo volante Souza)
Sempre falei que tinha interesse em ficar aqui. Graças a Deus, deu certo. Já me acostumei com a cidade e com a torcida. Estou muito satisfeito. Para a equipe, também é importante, já que você e Barcos comandam uma garotada dentro de campo. O Zé Roberto também tem uma palavra forte. É mais velho, mais experiente. É um grupo fácil de lidar.

O que mudou com a chegada de Felipão?
Ele passou confiança, já conhecia a maioria dos jogadores. Abraçamos junto com ele. Nosso grupo poderia dar mais do que estava dando dentro de campo. Ele alegou isso, pediu alma, raça. Aquela coisa que eu já conhecia quando vinha jogar aqui como adversário. Já era difícil até arrancar o empate.

Como encarou o fato de ter sido escolhido capitão?
Ele (Felipão) falou que precisava dos jogadores de mais liderança, eu, Barcos, Zé Roberto. Pediu que eu ajudasse, já me conhecia de outras épocas. Eu também o conheço, sei o estilo que gosta que jogue. Ser capitão aqui é uma grande responsabilidade, nunca vi uma torcida tão fanática.

Qual a importância de um técnico com esse currículo?
O nome do Felipão pesa muito, um técnico que vem da Seleção Brasileira. Antes de eu chegar ao São Paulo, em 2011, ele tentou me levar para o Palmeiras. Mas o contrato era um pouco mais longo no São Paulo.

Houve jogos em que você saía de campo irritado, reclamando de gols sofridos pela equipe.
Dentro de campo, às vezes eu me expresso até demais, tento vencer a qualquer momento. Como capitão, não gosto de perder nem o sorteio da moedinha. O clube, pela qualidade que tem, pela camisa, carrega essa responsabilidade. Não podemos perder a partida em um minuto. Se não tivéssemos perdido uns dois joguinhos, estaríamos brigando pelo título. Mas, às vezes, não dá para falar o que a gente pensa. Eu saía nervoso de campo.

Você acha que ainda estará aqui em 2018, quando seu contrato se encerrar?
Espero ficar aqui. Mas não depende só de mim, um clube vive de vender jogadores. Espero ficar, adorei a cidade, parece Curitiba, onde morei por nove anos.

Até porque você quase foi negociado com um clube europeu, na época do São Paulo.
Tive propostas, especulações, desde a época do Atlético-PR. Depois, perdi um contrato muito bom com a Juventus, da Itália.

Por não ter ido, você sofreu uma queda de rendimento?
Era um contrato muito bom, que ia mudar a minha vida em quatro anos. Iria ganhar cinco, seis, sete vezes mais do que ganhava. Isso mexe com qualquer jogador. Não fui eu que caí de rendimento, foi todo o time, ficamos nove partidas sem ganhar. Depois, tive outra sequência boa, fui campeão da Sul-Americana, fui eleito o melhor zagueiro do paulista.

Pesa muito a falta de títulos no Grêmio?
Bastante. Quando cheguei ao São Paulo, a pressão era enorme. Isso que havia sido campeão brasileiro em 2008. A torcida vai perdendo a paciência também, a gente sente isso. Ainda mais aqui no Grêmio, faz tempo que ela não comemora. Temos que tentar esquecer um pouco, porque já vem de anos. Para fazer história no clube, você precisa de títulos, não é só jogar bem. Converso bastante com o Zé Roberto, que ganhou muita coisa no mundo, com o próprio Felipão. Você só vira ídolo se conquistar títulos.

Você acha que com Felipão fica mais fácil esse caminho?
Ele é um cara experiente, conhece esse caminho, é um vencedor. Temos tudo para fazer uma boa campanha no Brasileiro e, no ano que vem, ganhar.

Você é um dos jogadores mais regulares do Brasileirão. Acha que pode receber uma chance de Dunga?
Meu primeiro objetivo é ajudar o Grêmio. Se estiver bem e o Grêmio estiver bem, uma consequência pode ser a Seleção. Não descarto a chance de ir, mas preciso continuar fazendo as coisas da mesma maneira a cada jogo.

Quem o convocou, ele ou Mano Menezes?
Fui com ele (Dunga), em 2007, pela seleção sub-23, quando jogamos uma partida contra a seleção do campeonato brasileiro. Trabalhei quatro ou cinco dias com ele na Granja Comary.

Você se destaca muito pela regularidade na bola aérea. O que faz para manter esse nível?
Felipão e auxiliares trabalham muito a bola parada. Antes, até fazia mais gols. Em dois anos e meio de São Paulo, foram 11. Aqui, infelizmente, só fiz dois até agora. Estamos bem na parte defensiva. Na ofensiva, nem tanto.

Com três volantes, a defesa fica mais protegida?
Sem dúvida. Já jogamos muitas partidas com três volantes no ano passado. Defensivamente, protege não só o zagueiro. O lateral não precisa ir tanto no lado do campo para nos proteger. Com o Zé Roberto na lateral esquerda, temos uma consistência melhor.

O Atlético-MG (adversário deste domingo) tem uma bola aérea muito perigosa.
O Leonardo Silva e o Jô cabeceiam bem. É um dos times brasileiros que mais faz gol de bola parada. E é muito rápido na frente.

O que Pedro Geromel lhe passou da experiência europeia?
Lá, eles jogam muito por zona, por linha. Aqui, a gente tem que correr um pouco mais atrás do atacante. Com três volantes, tentamos não sair muito da nossa posição, para não abrir espaços. Usamos a experiência para cortar caminho.

BRASILEIRÃO — 21ª RODADA — 14/9/2014

ATLÉTICO-MG

Victor; Marcos Rocha, Jemerson, Leonardo Silva e Emerson Conceição; Claudinei, Leandro Donizete, Luan e Diego Tardelli; Guilherme e Jô (Carlos). Técnico: Levir Culpi

GRÊMIO
Marcelo Grohe; Pará (Matías Rodríguez), Rhodolfo, Geromel e Zé Roberto; Ramiro (Walace), Fellipe Bastos, Matheus Biteco, Ramiro, Luan (Giuliano) e Dudu; Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari

Horário: 18h30min
Arbitragem: Jaílson Macedo Freitas, auxiliado por Alessandro Rocha de Matos e Adson Marcio Lopes Leal (trio baiano).
Local: Estádio Independência, Belo Horizonte.
Jogo no ar:
A Rádio Gaúcha abre a jornada esportiva às 18h10min. A Sportv e o Premiere (consulte sua operadora para saber o canal) transmitem ao vivo. Acompanhe o minuto a minuto em www.zerohora.com/esportes.

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26/4/2024