Barcos e Felipão reeditam parceria exitosa dos tempos de Palmeiras (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)
Luiz Felipe Scolari e Hernán Barcos vivem em sintonia pelos corredores do Estádio Olímpico e da Arena. Mantêm uma boa relação que não data da convivência ainda recente, na terceira passagem do treinador pelo Grêmio. Vem de antes. Lado a lado no Palmeiras, conquistaram a Copa do Brasil em 2012. E como protagonistas: o comandante, com o vasto conhecimento em mata-mata, sua especialidade, e o artilheiro com gols. O entrosamento entre a dupla não surpreende. Pelo contrário. Se explica com bola na rede. O Pirata marcou quatro vezes nos cinco jogos que disputou com Felipão pelo Tricolor.
A média é alta, até mesmo para um goleador. Chega a 0,8 gol por partida. Quase o dobro da parceria anterior. Junto de Scolari no Alviverde paulista, o argentino marcou 21 gols em 43 atuações - 0,48 a cada jogo. Um retrospecto construído com o toque do treinador, que, assim que chegou ao Grêmio, indicou o posicionamento do centroavante dentro de campo.
- Já passei aos atletas a situação do Barcos. Ele tem um espaço para jogar onde é altamente qualificado. Cada um tem que saber onde seu companheiro rende mais e como fazer chegar a bola para que ele possa render. Ele vem fazendo gols onde ele vai bem, na entrada da área, dentro da área, onde uma ou duas bolas que chegam ali, ele faz a jogada e faz o gol - revela Felipão.
Nas palavras do Pirata, a orientação foi ainda mais simples:
- Ele pediu para que eu faça gols, para fazer o que sempre fiz. Antes de ele chegar ao Grêmio, falei com ele. Ele me falou para fazer gol, disse que não podia me esquecer disso. Voltei a marcar antes de ele chegar. A confiança dele é muito boa para mim - ressalta o centroavante.
Foi dessa maneira que os dois firmaram a parceria no Palmeiras, com Barcos restrito ao campo ofensivo. Apenas para fazer gols. O atacante desembarcou no Parque Antártica em janeiro de 2012 após indicação de Felipão. Chegou com a promessa de anotar 27 tentos no ano pelo clube. Logo ouviu uma resposta inusitada do comandante.
- Pago um churrasco se ele fizer isso - provocou Scolari à época.
Prometeu, cumpriu. E foi além. Pirata balançou as redes 28 vezes em um total de 55 partidas pelo Palmeiras em 2012. Mas não levou. O churrasco fica para uma possível combinação com o treinador em 2014. Mesmo com o título da Copa do Brasil daquele ano, Felipão foi demitido em setembro devido à má campanha no Brasileirão e não conseguiu acompanhar os outros gols de Barcos, que estariam por vir. O Alviverde acabou rebaixado à Série B de 2013. E o centroavante terminou no Grêmio.
Felipão comandou Barcos no Palmeiras, em 2014 (Foto: Jose Patricio/Agência Estado)
Anunciado pela diretoria gremista em fevereiro de 2013, Barcos repetiu a proposta feita quando chegou ao Palmeiras. Iria balançar as redes 28 vezes até o final da temporada. Passou longe de concretizar. Em 57 jogos pelo Tricolor, marcou apenas 14 gols - média de 0,24 por partida. Como já havia anotado outros três gols em seis confrontos com o antigo clube, somou 17 tentos em 63 jogos.
Ficou devendo. Tanto que quebrou a tradição e não estipulou metas para 2014. Admitiu ainda estar em dívida com o torcedor, antes de manifestar um outro desejo.
- Eu quero ser campeão com o Grêmio - disse, no início da temporada.
A mudança de postura surtiu efeito. Com Enderson Moreira, foram 32 jogos e 19 gols, 0,59 por partida. Ainda anotou mais um, com André Jardine, na derrota por 2 a 1 para o Vitória, no Barradão, antes da chegada de Felipão, que alavancou o retrospecto do centroavante.
Em 38 jogos pelo Tricolor em 2014, Barcos já anotou 24 gols - média de 0,63 por partida. Entre os jogadores da Série A do Brasileirão, é o que mais balançou as redes no ano. Com nove tentos, é o vice-artilheiro da competição, atrás de Marcelo Moreno e Ricardo Goulart, ambos do Cruzeiro, com 10 cada.
Falta o título. Assim como restam 18 rodadas do Brasileirão para buscá-lo, em uma missão que não será fácil. A equipe é quinta colocada, com 34 pontos - 12 a menos que o líder Cruzeiro.
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Luiz Felipe Scolari e Hernán Barcos vivem em sintonia pelos corredores do Estádio Olímpico e da Arena. Mantêm uma boa relação que não data da convivência ainda recente, na terceira passagem do treinador pelo Grêmio. Vem de antes. Lado a lado no Palmeiras, conquistaram a Copa do Brasil em 2012. E como protagonistas: o comandante, com o vasto conhecimento em mata-mata, sua especialidade, e o artilheiro com gols. O entrosamento entre a dupla não surpreende. Pelo contrário. Se explica com bola na rede. O Pirata marcou quatro vezes nos cinco jogos que disputou com Felipão pelo Tricolor.
A média é alta, até mesmo para um goleador. Chega a 0,8 gol por partida. Quase o dobro da parceria anterior. Junto de Scolari no Alviverde paulista, o argentino marcou 21 gols em 43 atuações - 0,48 a cada jogo. Um retrospecto construído com o toque do treinador, que, assim que chegou ao Grêmio, indicou o posicionamento do centroavante dentro de campo.
- Já passei aos atletas a situação do Barcos. Ele tem um espaço para jogar onde é altamente qualificado. Cada um tem que saber onde seu companheiro rende mais e como fazer chegar a bola para que ele possa render. Ele vem fazendo gols onde ele vai bem, na entrada da área, dentro da área, onde uma ou duas bolas que chegam ali, ele faz a jogada e faz o gol - revela Felipão.
Nas palavras do Pirata, a orientação foi ainda mais simples:
- Ele pediu para que eu faça gols, para fazer o que sempre fiz. Antes de ele chegar ao Grêmio, falei com ele. Ele me falou para fazer gol, disse que não podia me esquecer disso. Voltei a marcar antes de ele chegar. A confiança dele é muito boa para mim - ressalta o centroavante.
Foi dessa maneira que os dois firmaram a parceria no Palmeiras, com Barcos restrito ao campo ofensivo. Apenas para fazer gols. O atacante desembarcou no Parque Antártica em janeiro de 2012 após indicação de Felipão. Chegou com a promessa de anotar 27 tentos no ano pelo clube. Logo ouviu uma resposta inusitada do comandante.
- Pago um churrasco se ele fizer isso - provocou Scolari à época.
Prometeu, cumpriu. E foi além. Pirata balançou as redes 28 vezes em um total de 55 partidas pelo Palmeiras em 2012. Mas não levou. O churrasco fica para uma possível combinação com o treinador em 2014. Mesmo com o título da Copa do Brasil daquele ano, Felipão foi demitido em setembro devido à má campanha no Brasileirão e não conseguiu acompanhar os outros gols de Barcos, que estariam por vir. O Alviverde acabou rebaixado à Série B de 2013. E o centroavante terminou no Grêmio.
Felipão comandou Barcos no Palmeiras, em 2014 (Foto: Jose Patricio/Agência Estado)
Anunciado pela diretoria gremista em fevereiro de 2013, Barcos repetiu a proposta feita quando chegou ao Palmeiras. Iria balançar as redes 28 vezes até o final da temporada. Passou longe de concretizar. Em 57 jogos pelo Tricolor, marcou apenas 14 gols - média de 0,24 por partida. Como já havia anotado outros três gols em seis confrontos com o antigo clube, somou 17 tentos em 63 jogos.
Ficou devendo. Tanto que quebrou a tradição e não estipulou metas para 2014. Admitiu ainda estar em dívida com o torcedor, antes de manifestar um outro desejo.
- Eu quero ser campeão com o Grêmio - disse, no início da temporada.
A mudança de postura surtiu efeito. Com Enderson Moreira, foram 32 jogos e 19 gols, 0,59 por partida. Ainda anotou mais um, com André Jardine, na derrota por 2 a 1 para o Vitória, no Barradão, antes da chegada de Felipão, que alavancou o retrospecto do centroavante.
Em 38 jogos pelo Tricolor em 2014, Barcos já anotou 24 gols - média de 0,63 por partida. Entre os jogadores da Série A do Brasileirão, é o que mais balançou as redes no ano. Com nove tentos, é o vice-artilheiro da competição, atrás de Marcelo Moreno e Ricardo Goulart, ambos do Cruzeiro, com 10 cada.
Falta o título. Assim como restam 18 rodadas do Brasileirão para buscá-lo, em uma missão que não será fácil. A equipe é quinta colocada, com 34 pontos - 12 a menos que o líder Cruzeiro.
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