Torcedor admite xingamento a Aranha, mas nega injúria racial

O segundo torcedor do Grêmio a prestar um novo depoimento esteve na manhã desta quarta-feira na 4ª Delegacia de Polícia Civil, na zona Norte de Porto Alegre. Rodrigo Machado Rychter conversou com o delegado Herbert Ferreira e não conseguiu reconhecer outras pessoas suspeitas de cometer injúria racial contra o goleiro Aranha. Em entrevista, Rychter afirmou que xingou o jogador do Santos, mas negou que tenha proferido ofensas racistas.

"Este segundo depoimento foi mais para tentar reconhecer novas pessoas envolvidas no episódio. Expliquei mais uma vez o que aconteceu. Eu apareço nas imagens xingando o goleiro Aranha, mas não proferindo injúrias raciais. Ele estava retardando o jogo e por isso gritei contra ele", explicou o Rychter.

O torcedor criticou a mídia, que não comentou que Aranha teria provocado os torcedores do Grêmio. "Uma coisa que achei errado foi que ninguém falou que o goleiro provocou a torcida. Se todos observarem as imagens, é possível ver que ele bate no braço. Foi nesta hora que ocorreram os xingamentos. Eu não participei dos cantos ou do momento em que imitam macaco", assegurou Rychter

Rychter garantiu que não faz parte da Geral do Grêmio. Ele explicou que costuma frequentar o setor porque é o lugar em que todos apoiam o time o tempo inteiro. "Poucas pessoas sabem, mas ali na Geral tem crianças, religiosos e um lema da torcida diz que somos brancos, negros e azuis. O termo macaco não é de hoje ou de ontem. Não entendo a razão para tudo isso", finalizou.

O comissário Lindomar Souza afirmou ontem, após o depoimento de Fernando Moreira Ascal, que a Polícia Civil tem material suficiente para indiciar cinco torcedores dos 10 que já estiveram na delegacia. As ofensas ao goleiro Aranha contribuíram para a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil. O clube irá recorrer ao pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar reverter a pena.

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