Foto: Montagem sobre fotos de Fernando Gomes e Mateus Bruxel / Agência RBS
Gremistas e colorados lembram bem do lateral-direito Gabriel. Com quase três anos de trajetória na dupla Gre-Nal, o jogador, que chegou ao Grêmio em 2010, por indicação de Renato, e deixou o Inter no final do ano passado, conversou com o blog Passaporte Gre-Nal sobre os rumos que sua carreira tomou em 2014. Falou do quase acerto com o Palmeiras, da saída do Inter e até dos tempos de Luxemburgo e Renato no Grêmio. Confira:
O que você tem feito desde que saiu do Inter?
Gabriel - Estou treinando por minha conta, estudando algumas propostas para voltar a jogar. Acho que só volto no ano que vem.
Estou morando em São Paulo, também fiquei um tempo fora viajando, nos Estados Unidos.
Você foi procurado pelo Inter para renovar?
Gabriel - O Abel me procurou, eu já tinha trabalhado com a comissão técnica dele. Conversei com eles, o Abel queria a minha permanência no Inter. Por algum motivo, não sei qual, talvez salário, a diretoria não me procurou.
Ficou alguma mágoa?
Gabriel - Eu esperava a renovação pelo ano que fiz, fui um dos jogadores que mais atuaram pelo Inter no ano passado. Conversei com o presidente da minha vontade de permanecer, jogar no novo Beira-Rio. Peguei o osso todo, que foi jogar em Caxias, toda aquela turbulência de viagens, sem casa, jogando em Novo Hamburgo. E aí no filé acabei não participando. Provavelmente agora terei a chance de jogar contra. Mas mágoa não ficou não.
Que clubes te procuraram?
Gabriel - Alguns times do Brasil, tive uma conversa com o Palmeiras. Só não fechou pela chegada do Gareca, que preferiu trazer jogadores argentinos, da confiança dele, o que é normal.
Estou estudando outras chances. Do mundo árabe teve um time que me contatou. Dos Estados Unidos também chegou sondagem, é um mercado que interessa.
Renato te convidou para o Fluminense no início do ano?
Gabriel - Falei com o Renato, mas na época ele tinha três laterais. O Wellington, que hoje está no Inter, o Bruno e mais um garoto da base. Quando o time já tem as opções, é complicado trazer outro lateral. Mas na época a negociação não deu certo. O Renato é meu paizão, meu parceiro, ele confia no meu futebol.
Treina diariamente?
Gabriel - Sim, tive algumas semanas de treino com a orientação do Paulo Paixão. Converso com o Cristiano Nunes, preparador do Inter, também. A dedicação é a mesma, o corpo é o meu patrimônio.
Continuo em forma, magro, normal. Pronto para qualquer oportunidade que aparecer.
O que tu guarda desses três anos de dupla Gre-Nal?
Gabriel - Foi importante para a minha carreira ter jogado em dois dos maiores clubes do Brasil. Tenho ótimas recordações. Mais boas do que ruins, tanto do Grêmio como do Inter. Fui bem acolhido quando cheguei ao Grêmio, os torcedores gostavam muito de mim. No Inter, a mesma coisa. Tenho carinho pelos dois clubes.
Qual foi teu melhor momento?
Gabriel - Tive um momento muito bom pelo Grêmio, em 2010. Quando cheguei, o time estava em 17º no Brasileirão e a gente conseguiu classificar para a Libertadores. Ano passado, tive ótima regularidade, jogando praticamente todos os jogos no Inter. Infelizmente não fui melhor, talvez porque a gente estava sem o Beira-Rio. Se eu tivesse permanecido, sem dúvidas estaria muito melhor, tanto é que o Inter está onde está no campeonato.
E o pior momento?
Gabriel - Foi quando não tive a oportunidade de jogar no Grêmio.
Quando o Luxemburgo optou por outro jogador, o Pará, no caso, e aí fiquei seis meses de fora. Ele me levava para os jogos, mas me cortava da relação. Esses seis meses foram os mais complicados.
O Inter quase foi rebaixado no ano passado. Houve briga interna ou falta de comando no vestiário?
Gabriel - Briga interna entre os jogadores, tenho certeza que não. Eu participava ativamente de todas as questões junto com o Juan, o D’Alessandro, os mais experientes. Falta de comando também não, o Clemer pegou o time já numa fase que o Dunga tinha saído, fez algumas experiências, colocou jogadores novos em uma fase de transição. Poderia dar certo ou não. Mas acredito que teve nenhum problema assim. O que pegou mesmo foi o fato de não ter o Beira-Rio, isso prejudicou muito o Inter no ano passado.
Como foi “virar a casaca” direto do Grêmio para o Inter?
Gabriel - Quando estava no Grêmio, bem pra caramba, em 2010, quando classificamos para a Libertadores, a gente retornou de férias, em 2011, e eu recebi uma oferta do Inter. Naquela época, estava por renovar, no final do empréstimo do Panathinaikos (da Grécia). Tive uma proposta do Inter, que era melhor do que a do Grêmio. Em respeito ao Renato, que me levou, e precisava da minha ajuda, decidi ficar. E infelizmente o presidente (Odone) decidiu trocá-lo depois. O Renato me deixou à vontade para decidir pela carreira, pelo que era melhor financeiramente. E eu quis ficar.
Renovei com o Grêmio por três anos, passaram-se outros técnicos, me machuquei… Quando o Paixão assumiu com o Dunga no Inter, ano passado, me perguntou se eu estava satisfeito no Grêmio.
Evidentemente, eu não estava. Nada contra o Grêmio e a torcida, eu era contra a situação. Jogador gosta é de jogar. Respeitei a opção do Luxemburgo, ele tinha todo o direito de escolher quem coloca para jogar. Eu não estava satisfeito, acertei a rescisão com o Grêmio e fui bem recebido pelo Inter. Acho que foi a decisão correta. O presidente do Inter (Luigi), depois que assinei, disse: “era para ter vindo aquela vez, já”.
Já pensa em aposentadoria?
Gabriel - Pensar, a gente pensa. A gente sabe o quanto é difícil para um jogador parar de jogar. Mas do jeito que está o nível do futebol brasileiro, dá para jogar mais alguns anos ainda.
Jogar até os 40, como o Zé Roberto?
Gabriel - Quarenta, não. Mas ele jogou muito tempo fora do Brasil, na Europa. Lá, a concentração diferente, o stress é menor. Jogando aqui, dificilmente se vai até os 40. Tem todos esses fatores que acabam influindo. Mas até os 40 eu não vou. Enquanto o futebol me der prazer e eu achar que meu nível está alto, vou seguir jogando.
O que achou da volta do Dunga, que trabalhou contigo no Inter, à Seleção?
Gabriel - Quando ele saiu (em 2010), acho que foi injustiçado. Ele tinha os números a favor, perdeu pouquíssimos jogos, não deveria ter saído. Agora que voltou, ele tem tudo para fazer um bom trabalho. Conhece de futebol, ele é amigo do jogador, parceiro. Como foi no Inter, os jogadores que ele convoca, confia, fazem de tudo por ele. Até liguei para ele, mandei mensagem, para o Andrei (auxiliar) também, desejando sorte. Tenho certeza que vai dar certo.
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O que você tem feito desde que saiu do Inter?
Gabriel - Estou treinando por minha conta, estudando algumas propostas para voltar a jogar. Acho que só volto no ano que vem.
Estou morando em São Paulo, também fiquei um tempo fora viajando, nos Estados Unidos.
Você foi procurado pelo Inter para renovar?
Gabriel - O Abel me procurou, eu já tinha trabalhado com a comissão técnica dele. Conversei com eles, o Abel queria a minha permanência no Inter. Por algum motivo, não sei qual, talvez salário, a diretoria não me procurou.
Ficou alguma mágoa?
Gabriel - Eu esperava a renovação pelo ano que fiz, fui um dos jogadores que mais atuaram pelo Inter no ano passado. Conversei com o presidente da minha vontade de permanecer, jogar no novo Beira-Rio. Peguei o osso todo, que foi jogar em Caxias, toda aquela turbulência de viagens, sem casa, jogando em Novo Hamburgo. E aí no filé acabei não participando. Provavelmente agora terei a chance de jogar contra. Mas mágoa não ficou não.
Que clubes te procuraram?
Gabriel - Alguns times do Brasil, tive uma conversa com o Palmeiras. Só não fechou pela chegada do Gareca, que preferiu trazer jogadores argentinos, da confiança dele, o que é normal.
Estou estudando outras chances. Do mundo árabe teve um time que me contatou. Dos Estados Unidos também chegou sondagem, é um mercado que interessa.
Renato te convidou para o Fluminense no início do ano?
Gabriel - Falei com o Renato, mas na época ele tinha três laterais. O Wellington, que hoje está no Inter, o Bruno e mais um garoto da base. Quando o time já tem as opções, é complicado trazer outro lateral. Mas na época a negociação não deu certo. O Renato é meu paizão, meu parceiro, ele confia no meu futebol.
Treina diariamente?
Gabriel - Sim, tive algumas semanas de treino com a orientação do Paulo Paixão. Converso com o Cristiano Nunes, preparador do Inter, também. A dedicação é a mesma, o corpo é o meu patrimônio.
Continuo em forma, magro, normal. Pronto para qualquer oportunidade que aparecer.
O que tu guarda desses três anos de dupla Gre-Nal?
Gabriel - Foi importante para a minha carreira ter jogado em dois dos maiores clubes do Brasil. Tenho ótimas recordações. Mais boas do que ruins, tanto do Grêmio como do Inter. Fui bem acolhido quando cheguei ao Grêmio, os torcedores gostavam muito de mim. No Inter, a mesma coisa. Tenho carinho pelos dois clubes.
Qual foi teu melhor momento?
Gabriel - Tive um momento muito bom pelo Grêmio, em 2010. Quando cheguei, o time estava em 17º no Brasileirão e a gente conseguiu classificar para a Libertadores. Ano passado, tive ótima regularidade, jogando praticamente todos os jogos no Inter. Infelizmente não fui melhor, talvez porque a gente estava sem o Beira-Rio. Se eu tivesse permanecido, sem dúvidas estaria muito melhor, tanto é que o Inter está onde está no campeonato.
E o pior momento?
Gabriel - Foi quando não tive a oportunidade de jogar no Grêmio.
Quando o Luxemburgo optou por outro jogador, o Pará, no caso, e aí fiquei seis meses de fora. Ele me levava para os jogos, mas me cortava da relação. Esses seis meses foram os mais complicados.
O Inter quase foi rebaixado no ano passado. Houve briga interna ou falta de comando no vestiário?
Gabriel - Briga interna entre os jogadores, tenho certeza que não. Eu participava ativamente de todas as questões junto com o Juan, o D’Alessandro, os mais experientes. Falta de comando também não, o Clemer pegou o time já numa fase que o Dunga tinha saído, fez algumas experiências, colocou jogadores novos em uma fase de transição. Poderia dar certo ou não. Mas acredito que teve nenhum problema assim. O que pegou mesmo foi o fato de não ter o Beira-Rio, isso prejudicou muito o Inter no ano passado.
Como foi “virar a casaca” direto do Grêmio para o Inter?
Gabriel - Quando estava no Grêmio, bem pra caramba, em 2010, quando classificamos para a Libertadores, a gente retornou de férias, em 2011, e eu recebi uma oferta do Inter. Naquela época, estava por renovar, no final do empréstimo do Panathinaikos (da Grécia). Tive uma proposta do Inter, que era melhor do que a do Grêmio. Em respeito ao Renato, que me levou, e precisava da minha ajuda, decidi ficar. E infelizmente o presidente (Odone) decidiu trocá-lo depois. O Renato me deixou à vontade para decidir pela carreira, pelo que era melhor financeiramente. E eu quis ficar.
Renovei com o Grêmio por três anos, passaram-se outros técnicos, me machuquei… Quando o Paixão assumiu com o Dunga no Inter, ano passado, me perguntou se eu estava satisfeito no Grêmio.
Evidentemente, eu não estava. Nada contra o Grêmio e a torcida, eu era contra a situação. Jogador gosta é de jogar. Respeitei a opção do Luxemburgo, ele tinha todo o direito de escolher quem coloca para jogar. Eu não estava satisfeito, acertei a rescisão com o Grêmio e fui bem recebido pelo Inter. Acho que foi a decisão correta. O presidente do Inter (Luigi), depois que assinei, disse: “era para ter vindo aquela vez, já”.
Já pensa em aposentadoria?
Gabriel - Pensar, a gente pensa. A gente sabe o quanto é difícil para um jogador parar de jogar. Mas do jeito que está o nível do futebol brasileiro, dá para jogar mais alguns anos ainda.
Jogar até os 40, como o Zé Roberto?
Gabriel - Quarenta, não. Mas ele jogou muito tempo fora do Brasil, na Europa. Lá, a concentração diferente, o stress é menor. Jogando aqui, dificilmente se vai até os 40. Tem todos esses fatores que acabam influindo. Mas até os 40 eu não vou. Enquanto o futebol me der prazer e eu achar que meu nível está alto, vou seguir jogando.
O que achou da volta do Dunga, que trabalhou contigo no Inter, à Seleção?
Gabriel - Quando ele saiu (em 2010), acho que foi injustiçado. Ele tinha os números a favor, perdeu pouquíssimos jogos, não deveria ter saído. Agora que voltou, ele tem tudo para fazer um bom trabalho. Conhece de futebol, ele é amigo do jogador, parceiro. Como foi no Inter, os jogadores que ele convoca, confia, fazem de tudo por ele. Até liguei para ele, mandei mensagem, para o Andrei (auxiliar) também, desejando sorte. Tenho certeza que vai dar certo.
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