De símbolo de empolgação a exemplo de mau comportamento. A Geral do Grêmio, ou ao menos parte dela, vem acumulando episódios de brigas, suspensões e polêmicas nos últimos anos. O caso de injúrias raciais contra o goleiro Aranha, na quinta-feira, surgiu como a gota d’água. Direção do clube, grupo de torcedores e autoridades passaram a ser mais enérgicos, cortando privilégios, afastando alianças e aumentando o cerco para punições. Prova maior se deu na noite de segunda, quando o conselho de administração do clube anunciou uma série de restrições. Em resumo, suspendeu a Geral do Grêmio pela primeira vez em 13 anos.
A ideia do clube, ao lançar a punição, é sinalizar que as coisas mudaram após o que os dirigentes entendem como "provocação" à atual gestão. O princípio norteador das medidas é restringir o uso da marca Grêmio pelos membros da Geral - eles ainda podem ir aos jogos. Mas há mais por vir, como identificação por vídeo devido a cânticos racistas, eventuais processos na Justiça por danos à imagem do clube e ainda a possibilidade, a ser debatida, de colocação de cadeiras no setor popular da Arena.
O julgamento de quarta-feira será decisivo para uma postura ainda mais firme, de acordo com o vice-presidente Romildo Bolzan. No Rio de Janeiro, entre outras penas, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode excluir o Grêmio da Copa do Brasil, fruto das injúrias contra Aranha.
- Isso (imagens de câmeras de segurança) nos dá a possibilidade de abrir uma sindicância administrativa. Vamos começar primeiro pelos sócios. E, se o julgamento for negativo ao clube, principalmente por isso, podemos processar, sim. Isso é uma provocação, e o Grêmio está reagindo - disse Bolzan, à Rádio Bandeirantes. - A Geral está associada ao Grêmio. Mas, neste momento, não é mais Geral do Grêmio.
Até agora, cinco pessoas foram identificadas pelo clube por ofensas ao santista no jogo da Copa do Brasil. Todas as manifestações se originaram do espaço atrás do gol, denominado de arquibancada norte, que, desde a concepção da Arena, dispensa cadeiras e acomoda outros fãs não atrelados a organizadas. A vinculação da Geral aos atos racistas aumentou com a insistência de membros de entoar cânticos como “macaco imundo”, que já virou tradicional na tentativa de provocar os colorados, mesmo momento no qual o clube aguarda julgamento.
A reincidência no domingo enervou a direção do Grêmio. O presidente Fábio Koff disse, logo após ao jogo contra o Bahia, que a ação soou “proposital” para prejudicar o clube. Assessor especial da presidência para assuntos de torcida, Lauro Noguez não descarta a colocação de cadeiras na arquibancada norte, para cercear ainda mais as ações de determinados grupos.
André Lima comemora gol em 2012 com a avalanche da torcida do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/TXT Assessoria)
Koff limita benefícios em sua gestão
A gestão de Koff limitou os benefícios das organizadas. A administração anterior, de Paulo Odone, financiava as torcidas. O montante, entre 19 de janeiro de 2011 e 21 de dezembro de 2012, chegou a R$ 1,1 milhão, cujos recibos eram assinados pelos líderes dos grupos em pleno Estádio Olímpico, de acordo com informações obtidas em 2013 pelo jornal Zero Hora.
A Geral não tem uma data oficial de fundação, até porque os próprios líderes da torcida a definem como um movimento, evitando o rótulo de “organizada”. Ela nasceu entre os anos de 2000 e 2001, espalhando-se atrás de uma das traves do Olímpico. Começou pequena e hoje ocupa uma área com capacidade para 5 mil pessoas na Arena. Foi a forma de alguns torcedores se livrarem do cadastramentos da polícia de outras torcidas já conhecidas na época e que acabaram enfraquecidas.
A própria Geral se considera a primeira torcida brasileira aos moldes da barra bravas argentinas, que usam trapos, faixas e instrumentos, além de muita cantoria durante todo o jogo. Seu primeiro nome foi “Alma Castelhana”, com canções em espanhol. Depois, em 2006, tornou-se Geral do Grêmio, com letras em português. Mas seguiu celebrando os gols com o deslocamento dos torcedores até a mureta da arquibancada, no movimento conhecido como “avalanche”. Isso até a queda de alguns torcedores na Arena em janeiro de 2013, contra a LDU. O clube foi obrigado a colocar grades protetores no espaço, dando fim à celebração - não sem criar muita polêmica.
Dissidentes montam dossiê
A questão, no entanto, vai além das agressões verbais. A Geral do Grêmio tem protagonizado alguns episódios de violência física. Neste ano, o capítulo mais emblemático se deu em 10 de abril, na vitória tricolor sobre o Nacional-URU, pela Libertadores. Na ocasião, após a pancadaria no setor, 25 foram detidos e levados para prestar depoimento. Entre eles, três já haviam sido julgados e nem poderiam ter ingressado na Arena. Havia três mulheres.
A confusão fez com que o Ministério Público pedisse ao Grêmio restrição à entrada na área da Geral apenas a organizadas. O que não ocorreu. A Conmebol não aplicou pena severa, mas, na esfera criminal, o caso segue em andamento. Um grupo dissidente da Geral preparou um dossiê sobre a briga de abril (e com casos mais antigos) e entregou à polícia.
- Não é de hoje que eles cometem esses atos. Toda a nossa disposição é para mostrar que a torcida do Grêmio não é racista - disse ao GloboEsporte.com o gerente-técnico Rodrigo Assis, que agora pertence a um novo grupo, a “Família Grêmio Porto-Alegrense”, que foi chamado à delegacia para colaborar com novas identificações de torcedores no “Caso Aranha”.
Delegado mostra o dossiê apresentado pelo grupo de torcedores (Foto: Estêvão Pires/GloboEsporte.com)
Caso dos banheiros químicos
Dos conflitos mais antigos presentes no dossiê, destaca-se a queima de banheiros químicos nas arquibancadas do Beira-Rio, enquanto o clássico Gre-Nal se desenrolava normalmente, em 30 de julho de 2006 - terminou em 0 a 0, pelo Brasileirão. Uma equipe do Corpo de Bombeiros precisou entrar em campo para controlar as chamas. O jogo teve 15 minutos de acréscimos.
Dez torcedores foram identificados, mas o colegiado entendeu que não era possível a condenação, por falta de provas, mantendo a sentença inicial, de absolvição. “Quando o crime é obra de uma multidão, não sabemos como encontrar os verdadeiros culpados e não podemos puni-los”, disse na época o relator, desembargador Gaspar Marques Batista. Dentro de campo, o Grêmio foi condenado pelo STJD a jogar oito partidas longe de Porto Alegre e com portões fechados.
Outro episódio negativo marcante ocorreu na inauguração oficial da Arena, quando torcedores brigaram durante o amistoso diante do Hamburgo, da Alemanha. A confusão deflagrou uma luta de facções dentro da própria torcida. Antes, em 2009, houve uma importante cisão, que deu origem à “Velha Escola”.
Gre-Nal com queima de banheiros químicos ocorreu em 2006 (Foto: Agência RBS)
Influência política
O histórico não impediu o crescimento da influência da Geral, inclusive na política do Grêmio. Em 2013, 16 integrantes da torcida, ligados a Movimento Grêmio da Torcida (MGT), passaram a participar do Conselho Deliberativo. Até então, a Geral se limitava a apoiar candidatos. Tanto ao Conselho quanto à presidência. No pleito que determinou a volta de Fábio Koff, em 2012, a torcida esteve do lado de Paulo Odone. Desta vez, organizado como MGT há dois anos, o movimento entrou de cabeça nas questões políticas. Para a eleição de renovação do Conselho Deliberativo em setembro de 2012, ajudou a compor a Chapa 7, Vem pro Grêmio, na coligação com Grêmio Independente e Grêmio Imortal.
Essa coligação era a do então candidato à presidência Homero Bellini Junior, que, neste ano, novamente tentará se eleger. O advogado e conselheiro deixa claro que foi uma “aliança pontual” e que descarta novas parcerias após os últimos episódios.
- Esclareço que, depois daquele episódio de aliança pontual, apenas para aquela eleição, nunca mais tivemos relação nenhuma com os outros dois movimentos. Nossa aliança para essa eleição, é com o grupo Nação Tricolor. Tem penetração no interior, é um movimento muito forte. Não estaremos juntos na campanha política presidencial com o Grêmio da Torcida. Não estarão compondo nossa aliança. E a situação de hoje (com os cantos) foi definitiva para isso - explicou Homero, em entrevista à TVCOM.
Assessor especial da presidência para assuntos de torcida, Lauro Noguez coloca na pauta um dos dilemas que há anos acompanha a Geral do Grêmio. Até que ponto vale a pena ter uma torcida que embale o time, seja barulhenta e uma atração ao espetáculo se a mesma também pode se notabilizar por confusões?
- Nosso trabalho aqui é tentar harmonizar as torcidas entre elas, com Grêmio, Ministério Público, Brigada Militar, de maneira com que o Grêmio tenha torcedores com cânticos, não deixe a Arena se tornar um estádio neutro. O Grêmio gosta de ter isso, mas não incentiva, não subsidia, não dá ingresso, ônibus, nada - afirma Noguez. - Estamos tentando extirpar aqueles que tenham mau comportamento comprovado. Temos no estádio câmeras, mandamos vídeos para as autoridades.
MP aguarda cadastro “real” da Geral
Promotor Seabra quer ações contra organizadas (Foto: Divulgação)
O Ministério Público tem travado batalhas constantes diante de atos de violência de torcidas organizadas. Há o entendimento no órgão de que a Geral do Grêmio tem sido a de tratamento mais complicado. Não é de hoje a tentativa de um cadastro de todos os torcedores integrantes da organizada. No entanto, as próprias lideranças afirmam que ela se trata de um movimento.
Em janeiro, de acordo com o MP, foram enviados 40 nomes para registro. Mas o órgão ainda espera um número mais condizente com a realidade que se vê nos jogos. Esse cadastramento é exigência do Estatuto do Torcedor. Grêmio e Inter também não apontaram o local exato em que se encontram as organizadas no estádio. Ambas as exigências ainda estão dentro do prazo estipulado pelo MP. A Geral já estava cumprindo uma punição, de não poder entrar na Arena com instrumentos, faixas e qualquer adereço, no polêmico jogo de quinta.
- Sabemos que a torcida organizada acaba muitas vezes fomentando esse tipo de gesto. Não conheço a moça que aparece na câmera, mas muitas vezes torcedor acaba envolvido por um coro. Ele escuta aquele coro e quer participar. O comportamento da torcida organizada é determinante nesse tipo de multidão. Temos evidências de aqueles insultos foram proferidos por pessoas que estavam nesse setor de organizada. A torcida estava suspensa, não tinha faixas, nem instrumentos, nem identificação e novamente se vê envolvido em vários episódios naquele jogo contra o Santos, não só os episódios racistas - avalia o promotor José Francisco Seabra Mendes, à Bandeirantes.
O GloboEsporte.com entrou em contato telefônico com o líder da Geral, Rodrigo Marques Rysdyk, o Alemão da Geral, mas não obteve retorno. Por meio de sua página no Facebook, a Geral do Grêmio defendeu-se dos últimos episódios alegando não ser uma torcida racista. Até o final da noite de segunda, não havia manifestação na rede social sobre as mais recentes punições aplicadas pela direção.
Torcida do Grêmio briga na inauguração da arena, em 2012 (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
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- Tricolor escalado para o jogo contra o Estudiantes
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A ideia do clube, ao lançar a punição, é sinalizar que as coisas mudaram após o que os dirigentes entendem como "provocação" à atual gestão. O princípio norteador das medidas é restringir o uso da marca Grêmio pelos membros da Geral - eles ainda podem ir aos jogos. Mas há mais por vir, como identificação por vídeo devido a cânticos racistas, eventuais processos na Justiça por danos à imagem do clube e ainda a possibilidade, a ser debatida, de colocação de cadeiras no setor popular da Arena.
O julgamento de quarta-feira será decisivo para uma postura ainda mais firme, de acordo com o vice-presidente Romildo Bolzan. No Rio de Janeiro, entre outras penas, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode excluir o Grêmio da Copa do Brasil, fruto das injúrias contra Aranha.
- Isso (imagens de câmeras de segurança) nos dá a possibilidade de abrir uma sindicância administrativa. Vamos começar primeiro pelos sócios. E, se o julgamento for negativo ao clube, principalmente por isso, podemos processar, sim. Isso é uma provocação, e o Grêmio está reagindo - disse Bolzan, à Rádio Bandeirantes. - A Geral está associada ao Grêmio. Mas, neste momento, não é mais Geral do Grêmio.
Até agora, cinco pessoas foram identificadas pelo clube por ofensas ao santista no jogo da Copa do Brasil. Todas as manifestações se originaram do espaço atrás do gol, denominado de arquibancada norte, que, desde a concepção da Arena, dispensa cadeiras e acomoda outros fãs não atrelados a organizadas. A vinculação da Geral aos atos racistas aumentou com a insistência de membros de entoar cânticos como “macaco imundo”, que já virou tradicional na tentativa de provocar os colorados, mesmo momento no qual o clube aguarda julgamento.
A reincidência no domingo enervou a direção do Grêmio. O presidente Fábio Koff disse, logo após ao jogo contra o Bahia, que a ação soou “proposital” para prejudicar o clube. Assessor especial da presidência para assuntos de torcida, Lauro Noguez não descarta a colocação de cadeiras na arquibancada norte, para cercear ainda mais as ações de determinados grupos.
André Lima comemora gol em 2012 com a avalanche da torcida do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/TXT Assessoria)
Koff limita benefícios em sua gestão
A gestão de Koff limitou os benefícios das organizadas. A administração anterior, de Paulo Odone, financiava as torcidas. O montante, entre 19 de janeiro de 2011 e 21 de dezembro de 2012, chegou a R$ 1,1 milhão, cujos recibos eram assinados pelos líderes dos grupos em pleno Estádio Olímpico, de acordo com informações obtidas em 2013 pelo jornal Zero Hora.
A Geral não tem uma data oficial de fundação, até porque os próprios líderes da torcida a definem como um movimento, evitando o rótulo de “organizada”. Ela nasceu entre os anos de 2000 e 2001, espalhando-se atrás de uma das traves do Olímpico. Começou pequena e hoje ocupa uma área com capacidade para 5 mil pessoas na Arena. Foi a forma de alguns torcedores se livrarem do cadastramentos da polícia de outras torcidas já conhecidas na época e que acabaram enfraquecidas.
A própria Geral se considera a primeira torcida brasileira aos moldes da barra bravas argentinas, que usam trapos, faixas e instrumentos, além de muita cantoria durante todo o jogo. Seu primeiro nome foi “Alma Castelhana”, com canções em espanhol. Depois, em 2006, tornou-se Geral do Grêmio, com letras em português. Mas seguiu celebrando os gols com o deslocamento dos torcedores até a mureta da arquibancada, no movimento conhecido como “avalanche”. Isso até a queda de alguns torcedores na Arena em janeiro de 2013, contra a LDU. O clube foi obrigado a colocar grades protetores no espaço, dando fim à celebração - não sem criar muita polêmica.
Dissidentes montam dossiê
A questão, no entanto, vai além das agressões verbais. A Geral do Grêmio tem protagonizado alguns episódios de violência física. Neste ano, o capítulo mais emblemático se deu em 10 de abril, na vitória tricolor sobre o Nacional-URU, pela Libertadores. Na ocasião, após a pancadaria no setor, 25 foram detidos e levados para prestar depoimento. Entre eles, três já haviam sido julgados e nem poderiam ter ingressado na Arena. Havia três mulheres.
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- Não é de hoje que eles cometem esses atos. Toda a nossa disposição é para mostrar que a torcida do Grêmio não é racista - disse ao GloboEsporte.com o gerente-técnico Rodrigo Assis, que agora pertence a um novo grupo, a “Família Grêmio Porto-Alegrense”, que foi chamado à delegacia para colaborar com novas identificações de torcedores no “Caso Aranha”.
Delegado mostra o dossiê apresentado pelo grupo de torcedores (Foto: Estêvão Pires/GloboEsporte.com)
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Outro episódio negativo marcante ocorreu na inauguração oficial da Arena, quando torcedores brigaram durante o amistoso diante do Hamburgo, da Alemanha. A confusão deflagrou uma luta de facções dentro da própria torcida. Antes, em 2009, houve uma importante cisão, que deu origem à “Velha Escola”.
Gre-Nal com queima de banheiros químicos ocorreu em 2006 (Foto: Agência RBS)
Influência política
O histórico não impediu o crescimento da influência da Geral, inclusive na política do Grêmio. Em 2013, 16 integrantes da torcida, ligados a Movimento Grêmio da Torcida (MGT), passaram a participar do Conselho Deliberativo. Até então, a Geral se limitava a apoiar candidatos. Tanto ao Conselho quanto à presidência. No pleito que determinou a volta de Fábio Koff, em 2012, a torcida esteve do lado de Paulo Odone. Desta vez, organizado como MGT há dois anos, o movimento entrou de cabeça nas questões políticas. Para a eleição de renovação do Conselho Deliberativo em setembro de 2012, ajudou a compor a Chapa 7, Vem pro Grêmio, na coligação com Grêmio Independente e Grêmio Imortal.
Essa coligação era a do então candidato à presidência Homero Bellini Junior, que, neste ano, novamente tentará se eleger. O advogado e conselheiro deixa claro que foi uma “aliança pontual” e que descarta novas parcerias após os últimos episódios.
- Esclareço que, depois daquele episódio de aliança pontual, apenas para aquela eleição, nunca mais tivemos relação nenhuma com os outros dois movimentos. Nossa aliança para essa eleição, é com o grupo Nação Tricolor. Tem penetração no interior, é um movimento muito forte. Não estaremos juntos na campanha política presidencial com o Grêmio da Torcida. Não estarão compondo nossa aliança. E a situação de hoje (com os cantos) foi definitiva para isso - explicou Homero, em entrevista à TVCOM.
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- Nosso trabalho aqui é tentar harmonizar as torcidas entre elas, com Grêmio, Ministério Público, Brigada Militar, de maneira com que o Grêmio tenha torcedores com cânticos, não deixe a Arena se tornar um estádio neutro. O Grêmio gosta de ter isso, mas não incentiva, não subsidia, não dá ingresso, ônibus, nada - afirma Noguez. - Estamos tentando extirpar aqueles que tenham mau comportamento comprovado. Temos no estádio câmeras, mandamos vídeos para as autoridades.
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- Sabemos que a torcida organizada acaba muitas vezes fomentando esse tipo de gesto. Não conheço a moça que aparece na câmera, mas muitas vezes torcedor acaba envolvido por um coro. Ele escuta aquele coro e quer participar. O comportamento da torcida organizada é determinante nesse tipo de multidão. Temos evidências de aqueles insultos foram proferidos por pessoas que estavam nesse setor de organizada. A torcida estava suspensa, não tinha faixas, nem instrumentos, nem identificação e novamente se vê envolvido em vários episódios naquele jogo contra o Santos, não só os episódios racistas - avalia o promotor José Francisco Seabra Mendes, à Bandeirantes.
O GloboEsporte.com entrou em contato telefônico com o líder da Geral, Rodrigo Marques Rysdyk, o Alemão da Geral, mas não obteve retorno. Por meio de sua página no Facebook, a Geral do Grêmio defendeu-se dos últimos episódios alegando não ser uma torcida racista. Até o final da noite de segunda, não havia manifestação na rede social sobre as mais recentes punições aplicadas pela direção.
Torcida do Grêmio briga na inauguração da arena, em 2012 (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
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