Tijolinho a Tijolinho

Não será tarefa fácil para Roger Machado lidar com o contexto criado em Porto Alegre depois da derrota para o Toluca. É um dos testes mais fortes que o treinador passa a enfrentar desde que assumiu no clube grande. Até agora, a quantidade de elogios superou escandalosamente a de críticas. Questão de justiça; o trabalho de Roger no Brasileirão mereceu todos os aplausos. A derrota do jeito que foi no México fez boa parte da torcida gremista se manifestar duramente, o que incluiu a atuação do técnico na estreia da Libertadores. A mim, pareceram demasiadas, dotadas de um sobrepeso decorrente do tempo sem faixa no peito. Seja como for, é este o cenário que se estabeleceu e vai perdurar com maior ou menor intensidade até o próximo jogo de Libertadores. Será no início de março. Até lá, o Grêmio terá as partidas do Gauchão para confirmar classificação e, ao mesmo tempo, aproveitar cada jogo para aprimorar o time que enfrentará a LDU na Arena.

Há jogadores que restaram mais criticados da noite mexicana. Os dois laterais foram muito mal. Giuliano ficou devendo. Luan não foi sombra do improvisador acima da média que centraliza as ações dos melhores momentos do time. Destes que citei, os que de fato preocupam são Wallace Oliveira e Marcelo Oliveira. Não fazem bom início de ano e ocupam faixas essenciais do setor defensivo.

É deles o corredor pelos lados. Verdade que o sistema defensivo que deveria socorrê-los também falhou. Antes, porém, houve o fracasso individual dos laterais. Não vale crucificação, não vale entregar suas cabeças em bandeja. Wesley e Marcelo Hermes são candidatos às vagas, sim, embora não garantam, pelo sua juventude, melhora imediata caso virem titulares. Então, Roger Machado não tomará medidas radicais para a próxima partida. Se bem o conheço, vai trabalhar muito no campo e conversar bastante fora dele. De resto, caberá aos dirigentes promover a reaglutinação do lado de cá das quatro linhas. Promoção de preço de ingresso, campanha na mídia, entrevistas fortes catalisando a emoção do torcedor, tudo junto e reunido, algo precisa ser feito para que a sinistrose instalada desde a madrugada de ontem não permaneça até dois de março.


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