Profissionais do futebol costumam pedir que não se analise o trabalho com base apenas nos resultados. Eles têm razão: é tentador se deixar levar pela leveza das vitórias ou pelo incômodo das derrotas. Mas e quando acontece o contrário? E quando é justamente nos resultados que um trabalho se sustenta? O Grêmio venceu três de seus últimos quatro jogos. Tem 100% de aproveitamento na Sul-Americana. E isso diz muito pouco sobre o futebol apresentado pelo time. Nesta terça-feira, na vitória de 2 a 0 sobre o modestíssimo Atlético Grau, nono colocado no Campeonato Equatoriano, vaias já ecoavam pela Arena em idos do primeiro tempo. Mais uma vez, o Grêmio colecionava erros e escancarava seu desencaixe. O atacante Pavon, uma insistência do técnico Gustavo Quinteros, era o principal alvo da torcida. Acabou sendo dele o ótimo cruzamento para Arezo, de cabeça, abrir o placar – depois ampliado por Cristian Olivera. Mas a vitória não trouxe sossego. A imagem do Atlético Grau criando chances no começo do jogo e quase descontando no fim infiltrou-se naquela que poderia ser uma noite de alívio. Depois do jogo, Quinteros disse que “não entende o drama”, ao referir-se às cobranças, e usou justamente os resultados para se defender. Mas basta ver o Grêmio jogar para entender o drama. Desde as finais do Gauchão, no que o time melhorou? Quais os sinais, semana após semana, de evolução na equipe? O futebol do Grêmio é uma linha quase contínua – e baixa. Olhando-se com uma lupa, é possível encontrar alguns bons momentos na vitória de 2 a 1 sobre o Atlético-MG e um jogo pelo menos competitivo na derrota de 2 a 0 para o Ceará. No geral, porém, o desempenho é de uma regularidade preocupante: sempre medíocre. Quinteros já poderia ter entregue à torcida um futebol melhor. Mas ele também é vítima de um redemoinho. O Grêmio corre em círculos mordendo o próprio rabo: quase rebaixado no ano passado, precisava mudar; a mudança foi feita, mas mudanças exigem tempo e paciência; não há tempo, tampouco paciência. A perda do título gaúcho para o Inter e a necessidade de ir aos pênaltis na Copa do Brasil para eliminar São Raimundo-RR e Athletic-MG não ajudaram muito. Mas o maior problema é a falta de identidade do time em idos de abril. Quinteros parece tatear em busca de um modelo de jogo e até de uma escalação. Villasanti mais recuado ou mais avançado? Cristaldo titular ou reserva? João Pedro titular ou terceira opção na lateral direita? Tudo isso deságua em pressão, e essa pressão estará presente no domingo, quando o Grêmio receberá o Flamengo – para mim, o melhor time do país. Será uma ótima oportunidade para dimensionar do que o time tricolor é capaz – e para entender melhor essa equação entre atuação e resultado. Com um detalhe: seis dias depois, tem Gre-Nal.
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