Desafio de Renato: reerguer e reorganizar o Grêmio para a Copa do Brasil

O Grêmio tem problemas imediatos para serem solucionados pelo técnico Renato Portaluppi. O treinador bate na tecla do retorno de lesionados e na chegada de reforços, mas antes disso, tem a missão de recuperar o estado anímico do elenco e cessar com as falhas de posicionamento e marcação do time já para domingo, contra o Operário, pela volta da terceira fase da Copa do Brasil. A derrota para o Cruzeiro gerou uma consequência inédita até aqui. Depois da partida, Renato revelou forte cobrança ao pedir “vergonha na cara” aos jogadores. O técnico evidenciou a falta de confiança dos atletas, um dos problemas detectados pela direção e comissão técnica. Ao sofrer dois gols em dois minutos na quarta-feira, foi identificado um abatimento coletivo do grupo. Por isso, o treinador resolveu agir logo depois do apito final, no vestiário do Centenário, em Caxias do Sul. – Eles têm tudo. Falei isso hoje no vestiário na frente do presidente. Eles têm tudo, não falta nada. Mas tem que ter a entrega dentro do campo. Não são todos. Alguns sentem, outros não. Esse choque já foi dado pra eles. Eles precisam dar a cara a tapa, mostrar porque vestem a camisa do Grêmio – externou o comandante. Os atletas têm sentido a fase ruim e as críticas da torcida durante os jogos quando sofrem gols. A falta da confiança se reflete no campo e atrapalha o poder de reação durante as partidas. Além do jogo com o Cruzeiro, o Grêmio também sofreu gols em poucos minutos ao levar o empate do Palmeiras e na derrota para o Juventude. – No momento que leva dois gols em dois minutos, a pressão aumenta e muita gente sente. No momento que alguns sentem, o conjunto deixa a desejar – explicou Renato. Se cada um, e todos podem dar um pouco mais, vamos juntar nossas forças, vamos sair dessa. — Renato Portaluppi, técnico do Grêmio

Além do lado psicológico, Renato tem o trabalho de reorganizar o time, um dos grandes desafios pelo pouco tempo para treinar. Para o jogo de sábado, contará apenas com o retorno de Soteldo. Por outro lado, Cristaldo pode ser ausência, o que abriria o espaço para o retorno do venezuelano naturalmente. O setor defensivo tem sido um problema desde o ano passado. Nos últimos três jogos, por exemplo, foram sete gols sofridos. E já são dois jogos sem balançar as redes no Brasileirão. As mudanças precisarão ter origem na parte tática e técnica, já que o time não receberá novos nomes até domingo. Contra o Cruzeiro, os espaços no meio-campo chamaram atenção. Renato entrou com três volantes de origem, mas Edenilson cumpriu uma função mais adiantada. Sem a bola, o time se postava com ele e Cristaldo no primeiro combate aos zagueiros adversários. Mas a Raposa teve muita facilidade de circular a bola na faixa central do campo. Matheus Pereira, meia da equipe mineira, dominava a bola sem marcação e conseguia distribuir o jogo. No primeiro tempo, o jogador apareceu sozinho na grande área, mas pegou mal na bola e isolou. Estes ajustes de marcação e posicionamento o técnico vai precisar corrigir para parar de sofrer tanto. Lá na frente, quem receber a chance de finalizar a gol, vai ter que caprichar mais. Mas esse segundo ponto, faz parte retomada de confiança e a calma que o jogador vai ter para definir o lance. Renato terá mais dois treinos para fazer essas correções e distensionar o ambiente gremista. Na manha de domingo, às 11h, encara o Operário-PR, pelo duelo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Quem vencer avança, e se repetir o empate a decisão será nas penalidades.