As imagens de estádios cobertos de água e lama correram o mundo. Sem locais para treinar ou jogar, após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional só tinham uma opção: se tornarem times itinerantes. Carregando a dor de abandonar familiares e amigos em tempos difíceis, os gigantes e ferrenhos rivais de Porto Alegre, deixaram suas casas para cumprir os compromissos nacionais e internacionais. Fizeram isso depois de vários de seus jogadores, como o atacante hispano-brasileiro Diego Costa do tricolor gaúcho, terem ajudado diretamente no resgate e assistência às vítimas das enchentes, que tiraram mais de meio milhão de pessoas de suas casas. "É muito tempo sem jogar, muito tempo de incertezas e de sofrimento junto com nosso povo gaúcho", disse o capitão colorado, o meia Alan Patrick. Após um mês de interrupção, em que se prepararam em São Paulo e Itu, a mais de 1.100 km de Porto Alegre, os times voltaram esta semana aos campos, onde prestaram diversas homenagens às vítimas da pior tragédia da história do Rio Grande do Sul. O Inter perdeu na terça-feira por 2 a 1 para o argentino Belgrano, em Barueri, próximo à capital paulista, pela Copa Sul-Americana, enquanto o Grêmio venceu o boliviano The Strongest por 4 a 0 na quarta-feira, em Curitiba, a 740 km de Porto Alegre, pela Libertadores. "Não é muito (com o que podemos contribuir), mas vamos tentar minimizar um pouco que seja o sofrimento do nosso povo", disse Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, após a vitória.
Protagonistas daquela que é considerada a maior rivalidade futebolística do Brasil, os dois clubes estão tendo que improvisar para organizar sua logística fazendo longas viagens, até que possam retornar à sua cidade em data ainda a ser definida. O Inter calcula que percorrerá mais de 15 mil quilômetros em 20 dias para disputar seis partidas, duas delas fundamentais para definir seu grupo na Sul-Americana. Nesse período, atuou como 'local' em Barueri, Caxias do Sul e Criciúma. O Grêmio fará seis partidas em 19 dias. Será 'dono da casa' em Curitiba e Caxias, e viajará ao Chile para colocar sua agenda da Libertadores em dia. "O mais difícil é a situação das pessoas que perderam tudo. Falamos de futebol, do que temos que fazer, mas não estamos alheios às dificuldades das pessoas", disse o argentino Eduardo Coudet, técnico do 'Colorado', após a derrota para o Belgrano.
O gramado e parte das arquibancadas de seus estádios, a Arena do Grêmio e o Beira-Rio, ficaram cobertos por água marrom. A avaliação é de que as instalações esportivas só estarão habilitadas a receber jogos a partir de agosto, na melhor das hipóteses. No momento mais crítico das enchentes, a única forma de entrar no centro de treinamento do Grêmio, a 20 km do estádio, era de barco. Embora amarelados e danificados, agora já é possível caminhar nos gramados. A sede foi menos danificada que a de seu arquirrival, mas não está claro quando o time poderá retornar. No centro de treinamento colorado, localizado às margens do rio Guaíba, cujo transbordamento causou os estragos, tocar o solo era quase impossível na quarta-feira: apenas as traves não haviam sido totalmente cobertas pela água. As obras de limpeza do local, adjacente ao Beira-Rio, começaram na quinta-feira e devem ser concluídas em 120 dias. "É muito difícil não se emocionar e não imaginar o que precisamos. Temos que juntar forças", disse emocionado o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, ao canal RBS. Neste momento os clubes desconhecem o impacto econômico. Os 'colorados' avaliam que precisarão de cerca de R$ 37 milhões para recuperar sua arena e centro de treinamento, valor semelhante ao que pagaram pela grande contratação de 2024, a do atacante colombiano Rafael Borré. Os efeitos vão além do futebol. Em dias de jogos, há uma intensa atividade comercial fora dos estádios. Sem partidas e ainda com alagamentos, o comércio está reduzido ao mínimo. "A gente depende do futebol (...) depois da enchente fomos esquecidos", disse Orioplina Bechiln, de 46 anos, vendedora ambulante de churrasquinho durante os jogos do Grêmio.
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