Retorno de Reinaldo marca nova fase de reconstrução no Grêmio.

Recuperado, Reinaldo reforçou a delegação do Grêmio no período de treinos em São Paulo e agora em Curitiba. Em entrevista exclusiva, o lateral-esquerdo contou que passou pela pior lesão da carreira, relembra "cenas de filme" na Arena e CT Luiz Carvalho após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul e diz que vive o segundo momento de reconstrução em um clube. Mesmo longe do solo gaúcho, os jogadores do Grêmio que se preparam para voltar a jogar não estão imunes à preocupação com os problemas vividos no Rio Grande do Sul. Para o clube, é um momento de reconstrução ao ver suas instalações danificadas em decorrência da catástrofe natural. As imagens do CT Luiz Carvalho atingido pela enchente e parte da Arena submersa assustaram. Querido no dia a dia do clube, Reinaldo logo lembra dos funcionários que foram diretamente prejudicados pela tragédia. – É muito difícil, porque eu falava mais com os funcionários, do dia a dia, que sempre estávamos conectados. Quando falaram que estavam em abrigos, contando os relatos deles, fiquei muito triste sabendo da situação de todos que estavam passando por aquilo. O bairro da Arena, perto do CT, onde passamos todos os dias, olhar vídeos daquilo debaixo da água foi difícil 2 lamenta o lateral. Na Arena, a empresa que administra o estádio ainda aguarda a água baixar totalmente para mensurar o prejuízo. Já no CT, funcionários do Grêmio fazem testes para ter um diagnóstico se será ou não necessário trocar os gramados de treinamento. Inacreditável de ver. Você acha que está vivendo cenas de filme, que acha que ali não é o CT" — Reinaldo, lateraldo Grêmio

Manter o foco no trabalho passou a ser um desafio para os jogadores enquanto companheiros de trabalho e familiares lidam com consequências das enchentes. Reinaldo vê esse momento como a segunda reconstrução de um clube que vive na carreira. Em 2017, o lateral-esquerdo foi emprestado para a Chapecoense após o trágico acidente aéreo em novembro de 2016. Reinaldo foi um dos atletas que participou da reconstrução do clube naquele momento e ajudou a Chape a se salvar do rebaixamento naquela temporada. – Eu já participei de uma reconstrução que foi na Chape. Quando cheguei lá, todos estavam arrasados pelo que tinha acontecido, mas através das pessoas que chegaram ali, jogadores, o time estar funcionando de novo, conseguimos dar esperança para aquela cidade. Espero que seja assim também, Grêmio, Inter e Juventude façam de tudo para deixar essas famílias que perderam tudo, deixarem eles felizes com nosso futebol, alegria de ver eles cantando, torcendo – cita o lateral. Antes dos trabalhos no Grêmio serem paralisados, Reinaldo viveu também outro período difícil. O jogador não atua desde o dia 2 de março, quando sofreu um estiramento do ligamento cruzado anterior e ruptura parcial do ligamento colateral-lateral do joelho direito. Dias depois, o departamento médico do clube informou a opção pelo tratamento apenas na base da fisioterapia e o jogador não foi submetido a cirurgia. Segundo ele, foi a pior lesão na carreira que já enfrentou. – Para mim é muito difícil, nunca tinha ficado tanto tempo parado sem jogar ou sem treinar. Nunca tinha tido uma lesão tão longa assim, mas agora estou treinando todos os dias com meus companheiros. Isso é muito bom. Estou ansioso para a próxima partida jogar, ajudar meus companheiros e o Grêmio a sair com as vitórias – comemorou Reinaldo. Recuperado e sem dor, Reinaldo está pronto para voltar a campo e suprir a falta que Renato vinha tendo na lateral esquerda. Para o jogador, já são dias 87 dias sem atuar. Nesta volta, a responsabilidade de uma partida decisiva para a sequência do time na Libertadores. Na noite de quarta-feira, o Tricolor enfrenta o The Strongest, pela sexta rodada do Grupo C da Conmebol Libertadores. A bola rola às 19h, no estádio Couto Pereira, em Curitiba. Cerca de 20 mil torcedores são aguardados para o confronto que marca a retomada do Tricolor na temporada.