Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
Comecei a gostar de futebol no final dos anos 1970 e início da década de 1980. Na época, ainda existiam os ponteiros, e o esquema tradicional era o 4-3-3. Centroavantes eram muito mais acionados, justamente porque os pontas (esquerda e direita) eram especialistas em fazer jogadas de linha de fundo e cruzamentos com qualidade para dentro da área.
Quando o cruzamento era perfeito, costumávamos dizer que o atleta chutou com "efeito procurante" , ou seja, fazendo com que a bola chegasse na área em melhores condições para o cabeceio do atacante do que para o zagueiro. Como canhoto, gostava de jogar minhas peladas com a camisa 11, que normalmente era usada pelos pontas-esquerdas. Fiquei fã de jogadores como Zé Sérgio, João Paulo, Baroninho, Odair, Silvinho, Éder, entre outros.
Com o passar dos anos, e das décadas, esse aproveitamento das pontas do campo foi perdendo espaço. Atualmente, muitos técnicos costumam utilizar os extremas, que são atletas que também jogam pelas pontas mas que têm muito mais características de fazer jogadas infiltrando pelo meio. Talvez isso tenha contribuído para que os jogadores perdessem a característica de ter um bom cruzamento, fundamento que considero básico no futebol. Essa função de cruzar, começou a ser mais utilizada pelos técnicos por meio dos laterais. No entanto, são raros os alas que conseguem bater na bola com o tal "efeito procurante".
Diante disso, vejo com bons olhos uma palavra que vem sendo mais utilizada por Roger, que Tite utiliza bastante, e que, na minha avaliação, mais técnicos deveriam se preocupar: a amplitude, que nada mais é, do que procurar aumentar o espaço para infiltrar na defesa adversária utilizando o que chamam de "as últimas partes do campo", pelos lados. E, para que isso seja obtido com êxito, fico muito feliz em ver, na figura de Fernandinho, a volta do antigo ponta-esquerda. A virada do Grêmio diante do Joinville e a melhora na partida contra o Coritiba ocorreu justamente devido à entrada deste jogador e as jogadas típicas de um ponta. Normalmente Roger vinha colocando Fernandinho para atuar nos dois lados. No Gre-Nal, ele foi fundamental para a goleada atuando mais pelo lado direito. Contra o Joinville se posicionou somente pelo lado esquerdo e fez excelentes jogadas, inflando o torcedor e sendo responsável direto por furar o bloqueio da equipe catarinense.
Que venham mais pontas-esquerdas e pontas-direitas. Se o futebol moderno permite isso, confesso que ainda tenho dúvidas, mas como um antigo sonhador de vestir a camisa 11 de um clube qualquer dos anos 1980, tenho o direito de ficar feliz e me empolgar com isso.
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Diante disso, vejo com bons olhos uma palavra que vem sendo mais utilizada por Roger, que Tite utiliza bastante, e que, na minha avaliação, mais técnicos deveriam se preocupar: a amplitude, que nada mais é, do que procurar aumentar o espaço para infiltrar na defesa adversária utilizando o que chamam de "as últimas partes do campo", pelos lados. E, para que isso seja obtido com êxito, fico muito feliz em ver, na figura de Fernandinho, a volta do antigo ponta-esquerda. A virada do Grêmio diante do Joinville e a melhora na partida contra o Coritiba ocorreu justamente devido à entrada deste jogador e as jogadas típicas de um ponta. Normalmente Roger vinha colocando Fernandinho para atuar nos dois lados. No Gre-Nal, ele foi fundamental para a goleada atuando mais pelo lado direito. Contra o Joinville se posicionou somente pelo lado esquerdo e fez excelentes jogadas, inflando o torcedor e sendo responsável direto por furar o bloqueio da equipe catarinense.
Que venham mais pontas-esquerdas e pontas-direitas. Se o futebol moderno permite isso, confesso que ainda tenho dúvidas, mas como um antigo sonhador de vestir a camisa 11 de um clube qualquer dos anos 1980, tenho o direito de ficar feliz e me empolgar com isso.
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