As lições da derrota para o Botafogo que podem servir ao Grêmio na Copa do Brasil

A derrota para o Botafogo, na véspera da decisão de vaga às semifinais da Copa do Brasil, abre algumas dúvidas no Grêmio. Antes de receber o Bahia nesta quarta-feira (12) na Arena, às 19h, o técnico Renato Portaluppi terá apenas o treino desta terça para corrigir alguns dos problemas que apareceram no Brasileirão. 

Além de resolver as dificuldades recentes na marcação, a comissão técnica também terá de encontrar soluções para os problemas de pontaria do time. Ainda há a incerteza sobre a situação de Luis Suárez. 

O uruguaio será dúvida até momentos antes da partida. Só após o aquecimento, ele saberá se suportará ou não as dores em seu joelho para ir a campo. Um quebra-cabeças que terá de ser resolvido sem todas as peças à disposição de Renato. 

Instabilidade defensiva

A segurança defensiva era uma das marcas do trabalho de Renato Portaluppi em suas passagens anteriores pelo Grêmio. O técnico citou no domingo que a versão 2023 da equipe, no entanto, abre mão de se proteger mais para ter uma vocação mais ofensiva. É uma opção feita, de forma consciente, e que o técnico reconhece os riscos. 

— A dificuldade defensiva gremista tem a ver com a vocação preponderantemente ofensiva dos jogadores de meio-campo. Reinaldo e João Pedro nas laterais também preferem o atacar ao defender. Por isso, o trio de zagueiros aliviou este problema desde o Gre-Nal, mas não resolveu de todo. Renato tem razão: ter uma defesa que toma muitos gols só é problema se o ataque for incapaz de fazer mais gols do que a defesa toma — analisa Mauricio Saraiva, comentarista da Rádio Gaúcha na derrota para o Botafogo.

O risco para o jogo desta quarta está exatamente nessa dificuldade. Para não ter a defesa vazada contra o Bahia, o Grêmio terá de quebrar um histórico negativo que se arrasta pelos últimos sete jogos. Foi no Mineirão, na decisão da vaga nas quartas de final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, a última vez que a equipe deixou o campo sem ser vazada.

Baixa eficiência no ataque

Em termos de volume, o ataque do Grêmio é um dos melhores do Brasileirão. É o segundo time que mais finaliza entre todos os participantes do torneio. Foram 209 tentativas, 89 delas que acertaram o gol do adversário. O índice só fica atrás da produção do Bragantino. O time paulista finalizou 220 vezes, com 91 acertos. A questão é que a eficiência anda em baixa. Como aconteceu na goleada sofrida para o Flamengo, a derrota para o Botafogo passa pela dificuldade em aproveitar as oportunidades criadas.

— O que me deixa feliz hoje (domingo), lógico que ninguém gosta de perder, foi a atuação da equipe. Muito boa. Uma das melhores do ano. Criamos no segundo tempo, infelizmente não fizemos os gols nas oportunidades que apareceram. O Botafogo criou três ou quatro situações e fez dois gols. Quando perde o jogo e não cria é uma coisa, outra coisa é da maneira que o Grêmio vem jogando, criando, sufocando. Não é por causa dessa derrota que tem algo errado. Uma coisa ou outra sempre tem para corrigir — analisou Renato.

Falta de opções no banco

A chegada de Iturbe, apresentado nesta segunda-feira (10) como reforço do Grêmio, é o início de uma tentativa da direção de oferecer mais peças para Renato. A carência detectada pela direção para o setor ofensivo esbarra nas dificuldades financeiras do clube. Apesar do sonho em repatriar Michael, que joga na Arábia Saudita, e Rodrigo Muniz, que está na Inglaterra, a realidade ainda não oferece jogadores com este perfil para o segundo semestre.

As saídas recentes na janela de transferência também abriram alguns buracos na lista de rdo experiente. Enquanto Geromel não retorna do departamento médico, Bruno Uvini, Bruno Alves e Kannemann são as peças à disposição com experiência para o setor. Cuiabano e Gustavo Martins, com bom desempenho recente, estão em suas primeiras oportunidades como profissionais.

Atenção com a situação  de Suárez

A novela Luis Suárez é algo a ser monitorado até esta quarta-feira. O centroavante não tem presença certa no jogo contra o Bahia, apesar de sua situação seguir igual ao cenário dos últimos dias. Se o uruguaio não relatar nada sobre dores em seu joelho direito à comissão técnica, estará em campo. 

— Suárez joga e amanhã (segunda) pode estar com ou sem dor, pode estar sem dor na terça e sem na quarta, ou vice-versa. Todos dias pode estar assim, é uma incógnita, vou me acertando com ele. Não adianta querer falar se nem ele tem a resposta — disse Renato, sobre a condição do camisa 9.

A expectativa da comissão técnica é de que o jogador esteja em campo nesta quarta (12) na Arena. Após a partida, a direção deve se pronunciar sobre a permissão de Suárez viajar a Barcelona para realizar uma consulta com seu médico de confiança.