Entenda os motivos da "sede de vingança" do Corinthians em duelo contra o Grêmio

O Grêmio encara o Corinthians às 16h deste domingo, na Neo Química Arena, com a obrigação de pontuar para não ser rebaixado à Série B. Mas além da pressão pelo resultado e de um adversário que venceu os últimos oito jogos em casa, terá que encarar também a pressão vinda das arquibancadas. A torcida corintiana está mobilizada para ver o Tricolor rebaixado e vingar a queda de 2007.



Há 14 anos, a torcida do Grêmio lotou o Olímpico para ver o Timão rebaixado pela primeira vez, após empatar por 1 a 1 em jogo que precisava vencer para permanecer. Era um domingo, e o tradicional jogo das 16h do Brasileirão começou para os gremistas horas antes, com cânticos de "ão, ão, ão, segunda divisão" e "hoje é uma tarde especial, você não pode perder: Corinthians Série B, Corinthians Série B".


As provocações, claro, seguiram depois do jogo e com direito a cenas pouco comuns. Apesar da rivalidade Gre-Nal, os torcedores de Grêmio e Inter se uniram e foram às ruas festejar a queda do Corinthians. O rebaixamento do time paulista, aliás, só foi possível por que o Inter perdeu para o Goiás de virada por 2 a 1, no Serra Dourada, com o gol da vitória definido em um pênalti cobrado três vezes.


À época, o Inter fomentava uma rivalidade com o Corinthians em função do título brasileiro de 2005, definido a favor do time paulista após a anulação de 11 jogos pelo STJD. Felipe, então goleiro do Corinthians, acusou os jogadores colorados de terem entregado o jogo para o Goiás, que se salvou.


"Jogador sempre tem amigo. E ficamos sabendo que três ou quatro jogadores do Inter queriam entregar o jogo. Eles não merecem vestir aquela camisa. Sabíamos que não poderíamos contar com eles. Mas o Corinthians não vai acabar por isso. Quem apanha nunca esquece e, quem sabe, lá na frente vamos poder dar o troco", afirmou.


Corintiano, Jonas vai torcer para o Grêmio

Autor do gol do Grêmio naquela partida, o ex-atacante Jonas conversou por telefone com a reportagem do ge na última sexta-feira e relembrou os momentos que antecederam o jogo. Ele conta que nenhum tipo de mobilização para rebaixar o Corinthians entrou no vestiário gremista, apesar de todos saberem o que poderia acontecer com o time paulista.


"Talvez possa ter sido por causa desses cânticos. Pelo Corinthians ter sido o último jogo contra o Grêmio, acabou que ficou marcado o Grêmio. Com certeza os outros jogos anteriores teve provocações contra o Corinthians, mas fica gravado o último jogo, que decretou o rebaixamento. A última imagem é que fica", opina.

Nascido na cidade de Bebedouro, em São Paulo, Jonas diz que é torcedor do Corinthians. Mas o carinho que tem pelo Grêmio o fará torcer pelo clube gaúcho no domingo. São dois motivos: não querer a queda do Tricolor e porque o Timão já está na Libertadores de 2022.


"Acredito que bastante gente já saiba, mas sou corintiano (risos). Tenho um carinho enorme pelo Grêmio, não quero que o Grêmio caia. Esse jogo de domingo eu quero que o Grêmio vença, porque não quero que o Grêmio caia. O Corinthians vai estar na Libertadores. Mas se perguntar para mim, queria que o Grêmio permanecesse na primeira divisão", afirma.



O cenário deste domingo, em São Paulo, é exatamente o oposto daquele 2 de dezembro de 2007 . Em 18º, com 39 pontos, o Grêmio estará matematicamente rebaixado com uma rodada de antecedência se perder. Em caso de empate ou vitória, o time gaúcho chega vivo à última rodada, mas ainda dependerá de resultados paralelos.

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