Campeão em 95, Felipão elogia Renato e vibra com ano "espetacular" do Grêmio

Em dos principais torcedores do Grêmio ainda não sabe se terá oportunidade de acompanhar o início da decisão da Libertadores com o Lanús. Luiz Felipe Scolari aguarda a definição se precisará ou não viajar a Portugal. Nada que tire sua animação ao falar do time do coração. O ex-técnico do clube, que participou do início da caminhada com alguns dos atuais jogadores do grupo de Renato Gaúcho, ainda em 2014, demonstra alegria em ver a proximidade da conquista. O atual treinador, aliás, é alvo de elogios do comandante do pentacampeonato da Seleção.


Felipão participou do congresso técnico do Gauchão, realizado nesta sexta-feira, em Porto Alegre. No evento, o treinador, que deixou o Guangzhou Evergrande, da China, recentemente falou sobre o Tricolor. Mesmo de longe, acompanhou a caminhada a trajetória do time. E o entusiasmo fica evidente, como explicita em conversa com a RBS TV (veja acima a entrevista completa):

"Tenho gostado. O Renato está muito bem. A direção tem trabalhado e os atletas com uma dedicação especial. É um ano espetacular. Tomara que termine com a vitória da Libertadores para ser, mais uma vez, campeão".

O técnico só evita dar um placar para o primeiro embate com os argentinos na próxima quarta-feira. Só que o zelo não significa ficar alheio. Pelo contrário. Confiante no desempenho gremista, Felipão espera um triunfo na Arena, na próxima quarta-feira, para encaminhar a conquista e facilitar o confronto em La Fortaleza no dia 29.

- Tomara que o Grêmio vença. O segundo jogo será lá. Com a vitória, muda um pouquinho as características do adversário.

Espero que o Grêmio jogue de uma forma como tem atuado, de forma consistente, e vença a partida - declara.

Confira a íntegra da entrevista:

GloboEsporte.com - O senhor não verá o Grêmio na Arena?
Felipão – Depende. A princípio, não. Depende de uma situação em que estou trabalhando. Pode ser que eu tenha que viajar e voltar. Aí, se fizer esta viagem antes, é porque algo ocorrerá e ficarei aqui 20 ou 30 dias. E aí não sairei a Portugal.

O que tem achado do Grêmio?
Tenho gostado. Grêmio fez algumas opções em diversos jogos. O Renato está muito bem. A direção tem trabalhado e os atletas com uma dedicação especial. Culmina com esta final da Libertadores.

Ótimo. O segundo objetivo, o do Brasileiro, também foi atingido. É um ano espetacular. Tomara que termine com a vitória da Libertadores para ser, mais uma vez, campeão.

Em 95, contigo no comando, o Grêmio decidiu fora e foi campeão...
Jogar com o futebol da Argentina sempre é um pouco diferente. Contra o Palmeiras jogamos em casa (goleada por 5 a 0 nas quartas de final). Claro que é importante o primeiro jogo, mas a soma geral. É importante administrar. Muitas vezes, o resultado de um gol apenas, que você faça ou tome, pode modificar a Libertadores. O Grêmio sabe isso.

O Grêmio sabe o que fará e o fará bem. Tem jogado bem. Sabe administrar a Libertadores de acordo com o que é. É importante o jogo em casa, mas a soma geral. Não tomar um gol, às vezes, é tão importante quanto fazer um gol.

O empate, então, é uma catástrofe?
Não. Você joga pelo empate e vitória. A final sem saldo vai para o segundo jogo no qual argentinos têm muita força. Mas eu não acredito que o Grêmio passe em branco aqui.

O senhor acredita em vitória?.
Sim, sim. Tem feito isso em todos os jogos. Não acho que o Grêmio deixe de marcar.

O que mudou do Grêmio desde a sua última passagem até agora com o Renato?
Eu não posso falar. Cheguei com o doutor Fábio (Koff, ex-presidente) e saí logo após que ele deixou o clube. Dentro do projeto ao qual o doutor Fábio traçou, segui a risca. Foi ótimo.

Hoje, está sendo colhido pela nova direção. Aqueles jovens, alguns já foram vendidos. Eram 14, 15 ou 16 que subiram. Alguns são titulares deste time que o Renato montou. O projeto traçado e seguido pelo nosso presidente atual tem obtido resultado. Foi objetivado. Fiz parte daquilo. Foi ótimo.

Desta molecada, quem passou com o senhor?
A maioria, 70% ou 80%. Dois já foram vendidos. O Pedro Rocha, o menino do meio-campo (Lincoln) e o Walace. A maioria dos que estão aí subiram em 2014. Jogaram alguns, fizeram duas, três partidas. Depois, nos anos seguintes, adquiriram experiência. O Renato organizou de uma forma que, com experiência e inteligência dele são bem mais úteis do que em 2014, quando eram muito jovens.

Em 2014, o senhor já enxergava o potencial neles?
Eu já disse. O doutor Fábio traçou um objetivo. E, além do objetivo, tinha que diminuir a folha de pagamento e outras situações às quais seguimos. O projeto seguiu. O Romildo Bolzan é um seguidor daquele trabalho. Foi atrás e, depois, claro. Fez uma ou outra contratação pontual e tudo se ajeitou. O Renato, inteligentemente, organizou uma forma em que os mais jovens tivessem um pouco mais de participação e com mais personalidade. Hoje, o time do Grêmio é uma realidade total.

Qual o palpite do senhor para o primeiro jogo?
Eu não quero resultado algum. Tomara que o Grêmio vença. O segundo jogo será lá. Com a vitória, muda um pouquinho as características do adversário. Espero que o Grêmio jogue de uma forma como tem atuado, de forma consistente, e vença a partida.

Qual a importância da torcida em empurrar a torcida durante os 90 minutos e ao deixar a vaia, se tiver, para o fim?
Não pode ter vaia. Por tudo o que o Grêmio tem feito, quem pode ter ideia de vaiar por um jogo ou resultado. Ainda com mais uma partida a ser realizada. Pelo amor de Deus. O torcedor do Grêmio, o nosso torcedor, ele irá com 100% de intenção a ajudar o Grêmio. E, mesmo que o resultado seja negativo, o segundo jogo pode ser positivo e trazer o resultado. O importante é conquistar a Libertadores. Não é só o primeiro jogo. Os torcedores sabem disso. Os 50 mil, 60 mil que estarão no estádio torcerão pelo Grêmio.

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